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NOVO EM FOLHA
Audácia juvenil é ponto forte e fraco
Novatos que aprendem com erros da falta de experiência têm mais chances de obter sucesso
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A disposição juvenil para enfrentar os riscos latentes de
qualquer negócio é um ponto
positivo para quem começa a
empreender cedo. Em compensação, a falta de experiência
administrativa tem o seu peso.
Por isso, para o jovem que resolve montar um negócio próprio, é diferencial ter perfil empreendedor, seja reforçado
nas características inatas, seja
pelo aprendizado em estudos.
Proatividade e persistência na
condução do empreendimento
são os traços fundamentais.
Desde pequena, Camila
Klein, 30, lançou-se a vender
sabonetes, bolos ou revistas
usadas no prédio onde morava.
Aos 15, fazia e vendia bijuterias
para as amigas. "O empreendedorismo está no sangue."
O ateliê e a loja de bijuterias
que levam o seu nome foram
inaugurados oficialmente há
oito anos, quando a empresária
tinha 22 anos e poucas preocupações na cabeça. "Se começasse hoje, não teria tanto tempo
para me dedicar à empresa",
analisa, agora, casada e mãe.
Davi Moreno, 26, sócio com
dois primos da rede de pizzarias Cônicos, tinha 24 quando
montou o negócio. Na época,
sentiu um problema que independe de idade: a burocracia.
Outra dificuldade foi a discriminação dos fornecedores em
relação à sua pouca idade. "Mas
isso passa na primeira conversa", comenta Moreno, que, para
se aprimorar em gestão, faz
MBA em empreendedorismo.
"É preciso ter um pouco do
dom [de empreender], mas nada que não possa ser treinado."
Balança, mas não cai
Espelhando-se no pai empreendedor, Hélio Moreira, 31,
montou, aos 20 anos, uma confecção de camisetas.
Mas a falta de conhecimento
em gestão fez o negócio acabar
em um ano e meio. "Eu tinha
talento para o desenho, mas
não visão de administração."
Hoje, com cursos e experiência profissional acumulados,
além de ser o dono da agência
New Growing Design, tem outros dois negócios. "O aprendizado na época foi enorme."
Quem também aprendeu
com os erros da juventude foi o
webdesigner Gabriel Carlini
Vieira, 20. Ainda adolescente,
fez um curso técnico e, ao procurar emprego, não se encaixou
no mercado de trabalho. "Por
causa da minha idade, não queriam me contratar nem como
estagiário", lembra.
Pouco tempo depois, em
meados de 2004, decidiu abrir
com um amigo a consultoria
em informática FG Solutions.
O erro, diz, foi "querer abraçar tudo de uma vez" e não definir um foco para a empresa.
Com o impasse resolvido, seu
objetivo agora é desenvolver
soluções para redes de computador. "A pessoa que vai começar um empreendimento tem
de fazer um planejamento",
aconselha.
Com a experiência de 14 anos
à frente da Tecnoblu, empresa
de etiquetas personalizadas para calças jeans, Cristiano Bueger, 36, recomenda aos jovens
empreendedores que tenham
visão de futuro. "É essencial ter
um objetivo estabelecido para o
que se deseja alcançar."
(IG)
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