São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008


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NOVO EM FOLHA

Audácia juvenil é ponto forte e fraco

Novatos que aprendem com erros da falta de experiência têm mais chances de obter sucesso

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A disposição juvenil para enfrentar os riscos latentes de qualquer negócio é um ponto positivo para quem começa a empreender cedo. Em compensação, a falta de experiência administrativa tem o seu peso.
Por isso, para o jovem que resolve montar um negócio próprio, é diferencial ter perfil empreendedor, seja reforçado nas características inatas, seja pelo aprendizado em estudos. Proatividade e persistência na condução do empreendimento são os traços fundamentais.
Desde pequena, Camila Klein, 30, lançou-se a vender sabonetes, bolos ou revistas usadas no prédio onde morava. Aos 15, fazia e vendia bijuterias para as amigas. "O empreendedorismo está no sangue."
O ateliê e a loja de bijuterias que levam o seu nome foram inaugurados oficialmente há oito anos, quando a empresária tinha 22 anos e poucas preocupações na cabeça. "Se começasse hoje, não teria tanto tempo para me dedicar à empresa", analisa, agora, casada e mãe.
Davi Moreno, 26, sócio com dois primos da rede de pizzarias Cônicos, tinha 24 quando montou o negócio. Na época, sentiu um problema que independe de idade: a burocracia.
Outra dificuldade foi a discriminação dos fornecedores em relação à sua pouca idade. "Mas isso passa na primeira conversa", comenta Moreno, que, para se aprimorar em gestão, faz MBA em empreendedorismo.
"É preciso ter um pouco do dom [de empreender], mas nada que não possa ser treinado."

Balança, mas não cai
Espelhando-se no pai empreendedor, Hélio Moreira, 31, montou, aos 20 anos, uma confecção de camisetas.
Mas a falta de conhecimento em gestão fez o negócio acabar em um ano e meio. "Eu tinha talento para o desenho, mas não visão de administração."
Hoje, com cursos e experiência profissional acumulados, além de ser o dono da agência New Growing Design, tem outros dois negócios. "O aprendizado na época foi enorme."
Quem também aprendeu com os erros da juventude foi o webdesigner Gabriel Carlini Vieira, 20. Ainda adolescente, fez um curso técnico e, ao procurar emprego, não se encaixou no mercado de trabalho. "Por causa da minha idade, não queriam me contratar nem como estagiário", lembra.
Pouco tempo depois, em meados de 2004, decidiu abrir com um amigo a consultoria em informática FG Solutions.
O erro, diz, foi "querer abraçar tudo de uma vez" e não definir um foco para a empresa. Com o impasse resolvido, seu objetivo agora é desenvolver soluções para redes de computador. "A pessoa que vai começar um empreendimento tem de fazer um planejamento", aconselha.
Com a experiência de 14 anos à frente da Tecnoblu, empresa de etiquetas personalizadas para calças jeans, Cristiano Bueger, 36, recomenda aos jovens empreendedores que tenham visão de futuro. "É essencial ter um objetivo estabelecido para o que se deseja alcançar." (IG)


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