São Paulo, domingo, 21 de março de 2010


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EM AULA

Falta de mão de obra abre mercado

Danilo Verpa/Folha Imagem
O dono da Sale Solution, Renato Romeo, que abriu uma empresa de treinamento na área de vendas

Especialistas identificam oportunidades para empresas de treinamento em diversas áreas

JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A lacuna de 320 mil profissionais qualificados no mercado brasileiro, estimada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em março, é entrave para algumas empresas. Mas uma oportunidade de negócio para quem quer entrar ou expandir a participação no campo da educação.
Além de áreas como alimentação e construção civil, especialistas veem deficit em comércio de reparação, tecnologia da informação, agências de viagem e setor de beleza.
O setor de hotelaria é um que reclama da falta de trabalhadores especializados. O problema deve se agravar, já que a previsão é de crescimento de 25% no turismo de lazer e de 12% no corporativo, avalia Edmar Bull, diretor do Sindetur (Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo).
"A capacidade atual de formação [de mão de obra] não é suficiente para abastecer o mercado", diz Paulo Solmucci Jr., presidente-executivo da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
O investimento, no entanto, deve ser criterioso. Segundo ele, "mesmo os profissionais que deixam as salas de aula não estão prontos para atender às necessidades do mercado".
Por isso, um dos cuidados para os empresários com intenção de apostar é elaborar treinamentos focados no dia a dia desses profissionais -e com o apoio de empresas do ramo.

Pesquisa
O professor da Business School São Paulo Gilberto Guimarães identifica oportunidades na falta de mão de obra.
Para ele, um caminho é crescer em treinamentos para profissionais que já estão empregados -em parcerias para a oferta de cursos "in company".
A falta de mão de obra, contudo, não deve ser o único indicador para os empresários. Antes de ingressar na área, é preciso estudar o mercado.
"Nem sempre uma grande demanda significa uma boa oportunidade de negócio", avalia Marcos Hashimoto, coordenador do centro de empreendedorismo do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa).
Para Haruo Ishikawa, vice-presidente de relações capital-trabalho do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), no mercado da construção civil não haveria espaço. "Boa parte dos funcionários é treinada no canteiro de obras."
Milko Matjascic, da assessoria técnica da presidência do Ipea, tem opinião diferente. "É preciso formar profissionais para trabalhos elaborados, como revestimento de paredes."


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