São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009


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AR LIVRE

Lei antifumo chega com receio de queda na receita

Associação de bares e restaurantes afirma que fumante gasta 38% a mais

Marcelo Justo/Folha Imagem
Clientes fumam em área aberta do albergue e bar Casa Club

JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Motivo de alegria de muitos cidadãos que se incomodam com a fumaça de cigarro, a lei antifumo preocupa proprietários de estabelecimentos que têm clientes fumantes.
A partir de 6 de agosto, bares, escritórios, lojas, danceterias, casas de show, escolas, táxis, restaurantes e todos os espaços coletivos do Estado de São Paulo, públicos ou privados, deverão proibir o fumo em locais fechados, ainda que os espaços sejam destinados para tal.
A lei nº 13.541, de 7 de maio de 2009, sancionada pelo governador José Serra, determina o fim dos fumódromos. Cigarros só poderão ser acesos em locais ao ar livre, como varandas, desde que não sejam protegidas por toldos laterais.
Nos diversos estabelecimentos que não têm área aberta, o fumo terá de ser proibido.
A Vigilância Sanitária irá realizar blitz nos negócios, e as punições para casos de infração são graduais. A primeira autuação é passível de multa, que varia de R$ 720 a R$ 3.000 -valor que dobra na reincidência. Na terceira infração, o estabelecimento deverá fechar por 48 horas, e, na quarta, por 30 dias, que podem ser prorrogados.
A lei teve receptividade por alguns. Levantamento do Sindicatos dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de São Paulo e Região, com 550 trabalhadores (fumantes e não fumantes) de 180 estabelecimentos, apontou que cerca de 80% dos entrevistados aprovaram o projeto.

Receio
De outro lado, há uma preocupação com a queda de receita de locais em que os clientes costumam poder fumar. Segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), um fumante gasta 38% mais que um não fumante.
Com isso, empresários já começaram a mudar seus empreendimentos. O Casa Club, na Vila Madalena, local que reúne albergue da juventude e bar, separou o solário do estabelecimento para que os hóspedes possam fumar -antes, os cigarros eram permitidos em todas as dependências, com exceção de banheiros e quartos.
Para quem vai só ao bar, no entanto, não restou alternativa. "Vamos permitir que o cliente saia para fumar", afirma Sávio Mourão, um dos proprietários. Há um segurança na porta, mas ele vê a medida com cautela. "Podemos perder receita com clientes que fujam."


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