São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007


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CAIXA FORTE

Fundo de "venture capital" investe nos inovadores

Modalidade cresce e mira empresa com alta chance de se desenvolver

MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Das empresas que ainda são só uma boa idéia às que já estão crescendo, os fundos de "venture capital" (capital de risco) são mais uma fonte de dinheiro para alavancar o desenvolvimento de negócios inovadores.
Há cerca de US$ 5,6 bilhões disponíveis para investimento em fundos de "venture capital" no Brasil, segundo Claudio Furtado, diretor do Cepe-FGV (Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da Fundação Getulio Vargas).
Isso inclui os valores destinados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a esses fundos. O valor investido pela instituição subiu de R$ 5 milhões, em 2004, para R$ 47 milhões, em 2007.
Até setembro, 23 fundos registrados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que destinam seus investimentos a empresas emergentes (faturamento líquido anual de até R$ 100 milhões) somaram R$ 254 milhões de patrimônio líquido.
Para Marcus Regueira, presidente da ABVCap (Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital), há potencial para aumentar esse montante. "Há muitas empresas e alta capacidade de empreender."

Perfil
As oportunidades não são para qualquer companhia. Os gestores de fundos buscam firmas inovadoras e com alto potencial de crescimento. A intenção, afinal, é obter o retorno quando a empresa se desenvolver e chegar ao ponto de ser vendida.
"Podem ser novas tecnologias, processos ou produtos. Mas, se não houver inovação, as chances de a empresa crescer irão se reduzir drasticamente", destaca Eduardo Costa, diretor de inovação da Finep.
Antes de procurar os gestores de fundos, o empreendedor interessado em obter o investimento deve analisar alguns fatores. "Ele precisa avaliar as necessidades do consumidor, os diferenciais do produto e o potencial de expansão do mercado, incluindo-os no plano de negócios", enumera Furtado.

Ajuda
Além de entrar com o investimento, os gestores de fundos auxiliam na administração.
"Fazemos reuniões semanais ou quinzenais [com a empresa]", explica Ricardo Normand, responsável pela análise de projetos do fundo Novarum, que investiu R$ 13 milhões em seis empresas nascentes com foco em tecnologia da informação e ciências da vida.
A Hortus Agroindustrial, que produz batata pré-frita e congelada na região da Chapada Diamantina (BA), era não mais que um projeto quando foi apresentada à Rio Bravo, que administra capital de risco.
O investimento foi de R$ 4 milhões, por meio de um fundo focado na região. A possibilidade de crescimento e criação de empregos foi um diferencial do projeto. "O apelo social é grande. Tivemos incentivo também do Banco do Nordeste", conta o sócio Roberto Rutigliano, 39.

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