São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007


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NOVO RECORTE

Empresas investem mais em design

Programas ajudam pequenos a conquistar diferencial aprimorando o layout dos produtos

MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Qualidade do produto e preço competitivo são, reconhecidamente, estratégias empresariais para se consolidar no mercado. Agora, outro item ganha merecido destaque para desempatar disputas: o design.
"Com a abertura do mercado, a desvalorização do dólar e os preços baixos dos produtos chineses, os empresários devem pensar no design como diferencial. Ele mostra que a empresa é moderna", explica Ricardo Scura, consultor do CSPD (Centro São Paulo Design).
As firmas já começaram a se mobilizar para aprimorar o aspecto dos itens que fabricam.
No entanto, de acordo com Jocelita Cabral, consultora do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), esse movimento está apenas começando. "O design ainda é algo novo no país", afirma a consultora.
Segundo ela, o setor de embalagens está entre os pioneiros nessa mobilização. Entre 2005 e 2006, houve aumento de 48% do número de empresas do segmento que buscaram o serviço de design da entidade.
O governo tem desenvolvido projetos para inserir o desenho dos itens na agenda de investimentos do empreendedor.
Um deles é o PBD (Programa Brasileiro de Design), ação liderada pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), cujas principais linhas para o período entre 2007 e 2012 são promoção, educação e suporte.
Nilton Sacenco, secretário de desenvolvimento da produção do MDIC, explica que, à diferença do programa anterior -que buscou o reconhecimento da eficácia do PBD na promoção do design-, este vai enfatizar o suporte para que o empresário invista em inovação.
Sebrae e Senai também contam com programas de incentivo para as MPEs. Assim, prêmios a produtos diferenciados entraram na agenda.

Interesse tardio
Segundo o coordenador do Instituto de design do Parqtec (Fundação Parque de Alta Tecnologia São Carlos), Marcos Brefe, somente 1% das MPEs buscam espontaneamente informações sobre o design. "A grande maioria só se interessa pelo tema depois de conhecer sua importância em palestras."
O consultor do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) Jacob Breur relativiza. Para ele, só design não é suficiente para se consolidar no mercado.
"É preciso agregar alguma função ao produto, como simplificar o seu manuseio."


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