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NOVO RECORTE
Análise de custo e de viabilidade técnica precede a mudança
Redução de gastos e de matéria-prima são benefícios
Renato Stockler/Folha Imagem
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A empresária Célia Oliveira, que investiu no design de seu produto< |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Definir um novo formato e
depois implementar as mudanças. Essa é a seqüência errada
para os que pretendem redesenhar um produto, alerta Paulo
Teixeira, gestor do Procompi
(Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo).
Em primeiro lugar, ele recomenda analisar o mercado e as
oportunidades existentes. É esse mapeamento que permitirá
ao empresário verificar se o
produto é competitivo.
Depois, o empresário precisa
avaliar se as mudanças são tecnicamente viáveis. "Não adianta reestruturar o design se não
há adequação do material com
a produção", afirma Teixeira.
Por fim, é preciso definir que
impacto essa inovação terá no
caixa da empresa. E se preparar: mudanças como essa são
feitas em médio prazo.
"O ideal seria que o empresário já inserisse o design no plano estratégico da firma, mas,
em 90% dos casos, não é assim
que acontece", explica o gestor.
Estética
Rodrigo Monteiro, 27, um
dos engenheiros da SMR, empresa de metalurgia, diz conhecer a importância do design na
aceitação de produtos.
"Fizemos uma máquina para
reciclar lixo e não pensamos
em sua estética. Quando terminamos, vimos que não daria para comercializá-la", conta.
Monteiro lembra que ficou
receoso em contratar um designer para dar "cara nova" a seu
produto, mas surpreendeu-se
com o orçamento, de R$ 5.000,
que não considerou caro. A máquina, repaginada, será lançada
pela empresa em maio.
O equipamento da empresária Célia Jaber de Oliveira, 53,
fez sua estréia nas lojas neste
mês. E o cuidado com o desenho, diz, foi constante durante
a criação do produto -uma máquina de passar roupas.
"O design não foi apenas uma
"pincelada" para ficar bonito,
pensei na ergonomia do produto também", afirma.
Custo
Para o empreendedor Edélcio Batista e Sá, da Sacia, empresa de alimentos congelados,
a mudança do invólucro influiu
diretamente no custo de seus
produtos-o valor da embalagem foi reduzido de 15% para
8% do preço final.
O processo de alteração, no
entanto, não foi simples. "Chegaram a me pedir R$ 96 mil para redesenhar a embalagem",
conta o empresário, que fez outros orçamentos até chegar a
um de R$ 6.800.
"Depois de 23 anos de esforço, graças ao novo design das
embalagens, tive acesso às
grandes lojas", comemora.
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