São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007


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NOVO RECORTE

Análise de custo e de viabilidade técnica precede a mudança

Redução de gastos e de matéria-prima são benefícios

Renato Stockler/Folha Imagem
A empresária Célia Oliveira, que investiu no design de seu produto<


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Definir um novo formato e depois implementar as mudanças. Essa é a seqüência errada para os que pretendem redesenhar um produto, alerta Paulo Teixeira, gestor do Procompi (Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Em primeiro lugar, ele recomenda analisar o mercado e as oportunidades existentes. É esse mapeamento que permitirá ao empresário verificar se o produto é competitivo.
Depois, o empresário precisa avaliar se as mudanças são tecnicamente viáveis. "Não adianta reestruturar o design se não há adequação do material com a produção", afirma Teixeira.
Por fim, é preciso definir que impacto essa inovação terá no caixa da empresa. E se preparar: mudanças como essa são feitas em médio prazo.
"O ideal seria que o empresário já inserisse o design no plano estratégico da firma, mas, em 90% dos casos, não é assim que acontece", explica o gestor.

Estética
Rodrigo Monteiro, 27, um dos engenheiros da SMR, empresa de metalurgia, diz conhecer a importância do design na aceitação de produtos.
"Fizemos uma máquina para reciclar lixo e não pensamos em sua estética. Quando terminamos, vimos que não daria para comercializá-la", conta.
Monteiro lembra que ficou receoso em contratar um designer para dar "cara nova" a seu produto, mas surpreendeu-se com o orçamento, de R$ 5.000, que não considerou caro. A máquina, repaginada, será lançada pela empresa em maio.
O equipamento da empresária Célia Jaber de Oliveira, 53, fez sua estréia nas lojas neste mês. E o cuidado com o desenho, diz, foi constante durante a criação do produto -uma máquina de passar roupas.
"O design não foi apenas uma "pincelada" para ficar bonito, pensei na ergonomia do produto também", afirma.

Custo
Para o empreendedor Edélcio Batista e Sá, da Sacia, empresa de alimentos congelados, a mudança do invólucro influiu diretamente no custo de seus produtos-o valor da embalagem foi reduzido de 15% para 8% do preço final.
O processo de alteração, no entanto, não foi simples. "Chegaram a me pedir R$ 96 mil para redesenhar a embalagem", conta o empresário, que fez outros orçamentos até chegar a um de R$ 6.800.
"Depois de 23 anos de esforço, graças ao novo design das embalagens, tive acesso às grandes lojas", comemora.


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