São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2006


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"Ecologicamente corretos" ganham força no mercado

Investimento paralelo em produção e preço é essencial

RAQUEL BOCATO


ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ (MT)

O ecologicamente correto está na moda. Um indício disso é o número de eventos sobre o tema nas últimas semanas.
O seminário sobre oportunidades decorrentes do impacto financeiro das mudanças climáticas, realizado no dia 11, em Belo Horizonte, e a visita, na semana passada, do ex-candidato à Presidência dos EUA Al Gore, que tratou do aquecimento global, são alguns dos exemplos.
O Sebrae-MT (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) também discutiu o assunto, abordando-o sob uma outra perspectiva: a do ecoempreendedorismo.
Oportunidades de novos negócios e apresentação de opções de empreendimento estiveram em pauta no 12º Encontro Internacional de Empreendedores, realizado entre os dias 12 e 14, na cidade de Cuiabá.
Sob a égide do desenvolvimento sustentável, especialistas e empresários do setor enumeraram as oportunidades de mercado para micro, pequenos e médios empreendimentos (leia mais no quadro ao lado).
"É preciso utilizar as potencialidades de cada região para aumentar a diversificação da produção", diz o diretor-superintendente do Sebrae-MT, José Guilherme Barbosa Ribeiro.
Ele cita como exemplo a floricultura em Mato Grosso. "Orientamos os empresários a trabalhar com flores e folhagens locais para lançar nos mercados interno e externo."
Segundo Ribeiro, o segredo está na parceria com instituições de pesquisa e nos lançamento contínuo de produtos. "É preciso desenvolver inteligência comercial. Enquanto os outros estão preocupados em produzir o que está sendo comercializado, estudamos novas plantas para lançar em breve."
Ele, no entanto, dá um recado a quem pensa somente em se abrigar sob o guarda-chuva do "ecologicamente correto". "Não é possível usar apenas a sustentabilidade como estratégia. É preciso investir também em técnicas de produção, preço e qualidade dos itens", analisa.
Foi nesse conjunto de fatores que o empresário Francisco das Chagas de Medeiros, 46, apostou ao criar a Biosoja Integral, firma de produtos naturais feitos à base de soja, em 2004.
Segundo ele, a intenção era também a de "tirar o estigma da soja, que era vista como um alimento de gosto ruim" e de oferecer um "preço acessível às classes A, B, C e D".
A estratégia parece dar resultado. A empresa conta com uma cartela de sete itens e há planos para atingir 25 em 2010. "O faturamento é de R$ 120 mil ao mês e vem crescendo," diz.
Graça Lara, 39, diretora da firma Ambiente Global afirma que as oportunidades se estendem também por outras áreas. "O número de eventos realizados pela empresa tem aumentado de 20% a 25% ao ano."

A repórter viajou a convite do Sebrae-MT


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