UOL


São Paulo, domingo, 23 de março de 2003


Próximo Texto | Índice

Países facilitam a instalação de empresas estrangeiras

Incentivo faz a ponte para novos mercados

Fernando Moraes/Folha Imagem
Churrascaria Fogo de Chão, que fatura no exterior 80% do total


EDSON VALENTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A presença de brasileiros no exterior vai além de jogadores nos gramados ou modelos nas passarelas. Incentivados por programas específicos de investimento em países como Canadá, Portugal e China, nossos empresários têm descoberto que abrir um negócio em outros territórios pode representar aumento de divisas e expansão do conceito das marcas.
O Canadá possui o "Programa de Imigração de Negócios", que promove há oito anos a vinda de representantes de suas províncias ao Brasil para falar do potencial do país. "Apoiamos logisticamente os empresários que quiserem fazer viagens exploratórias ao Canadá", afirma Walter Domingos, oficial de imigração do consulado geral do país em São Paulo.
O outro "lado da moeda", o das exigências, exibe os percalços: é preciso, por exemplo, participar ativamente do gerenciamento do negócio, empregar ao menos um canadense e possuir um patrimônio líquido de 300 mil dólares canadenses (cerca de R$ 700 mil).
Além disso, o processo é lento. Leva até dez meses entre legalizar o pedido no consulado e ver a empresa funcionando lá fora. Nos últimos oito anos, menos de 50 brasileiros entraram na empreitada.
"Trabalhar com produtos brasileiros é vantajoso. A cachaça é muito bem-aceita e difícil de ser encontrada", exemplifica Monica Schulz Bechara, 42, que abriu no Canadá com o marido a Canati, empresa de importação e exportação, há cerca de um ano.
Na Argentina, deve ser iniciado neste ano, na província de Buenos Aires, um parque industrial com pequenas e médias empresas brasileiras e argentinas para intercâmbio de produtos, com o atrativo de vantagens tributárias.

Negócio da China
Walter Franco da Silva, 36, tornou-se sócio da Brand Partners International, uma "trading company" (de importação e de exportação) em Londres. A vontade surgiu quando fazia um curso de economia por lá. "Promovo o comércio bilateral. Vendo mais o nosso país do que produtos", diz.
E quem não gostaria de investir em um mercado potencial de mais de 1 bilhão de consumidores? "Encorajamos empreendedores a produzir laticínios no território chinês", diz Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China.
Boa parte dos intercâmbios comerciais é promovida pelas câmaras comerciais, como a Brasil-China e a Árabe-Brasileira.


Próximo Texto: Exportação pode ser passo mais seguro no início
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.