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Prejuízo invisível
Furto representa 38% das perdas do varejo no Brasil
Segmento de eletroeletrônicos é o mais afetado, seguido pelo de atacado
Karime Xavier/Folha Imagem
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MONITORAMENTO
Compedidos que chegama 1.200 peças e para entrega imediata, a Dust Jeans não poderia investir emetiquetas eletrônicas, que teriam de ser retiradas uma a uma; a solução foi a instalação de câmeras, afirma a gerente de vendas Andreza Fernandes, 28
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
NATALIE CATUOGNO CONSANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O furto representa hoje
38,1% das perdas do varejo brasileiro. Dependendo do segmento de atuação do varejista,
essa parcela pode ser ainda
maior, chegando a 57,5%, como
no caso de eletroeletrônicos.
As consequências desse tipo
de ação são claras: redução da
margem de lucro e, consequentemente, da competitividade.
Mesmo assim, investir em sistemas de segurança e de controle de perdas ainda não se
tornou procedimento padrão.
Para Patricia Vance, coordenadora do núcleo de prevenção
de perdas do Provar/FIA (Programa de Administração do
Varejo da Fundação Instituto
de Administração), a falta de
investimento em prevenção de
perdas é uma questão cultural.
Até a estabilização da economia, em 1994, com o Plano
Real, ganhava-se com a inflação. Agora, exige-se eficiência
na operação para manter -ou
aumentar- a margem de lucro
e sobreviver no mercado.
Por isso, complementa, coibir os furtos é uma questão de
sobrevivência para o varejista.
Hoje os consumidores têm
mais consciência de custo, o
que impede que esse prejuízo
seja repassado para os preços.
Mesmo assim, diz o economista Marcel Solimeo, da ACSP
(Associação Comercial de São
Paulo), muitos comerciantes
lançam mão desse recurso para
tentar aplacar as perdas. "É
inevitável. [A perda por furto]
acaba compondo o preço."
Segmentos
O segmento mais afetado é o
de eletroeletrônicos. Mas outros não ficam atrás. No atacado, os furtos representam
46,1% das perdas. Vestuário
soma 46%; drogarias, 42,1%;
supermercados, 35,4%; e material de construção, 33,8%.
Os dados são da 9ª Avaliação
de Perdas no Varejo Brasileiro,
feita por GPP-Provar/FIA
(Grupo de Prevenção de Perdas), Nielsen, Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e Felisoni Consultores
Associados. Entre os fatores de
perda também estão erros
administrativos, fornecedores
e quebra operacional.
Segundo Vance, do Provar-FIA, muitas grandes e médias
empresas já contam com sistemas estruturados de prevenção
de perdas. Mas não é regra.
"Há redes de farmácias que
trabalham sem isso", exemplifica. E diz que, entre os pequenos varejistas, a adoção de sistemas de segurança ou controle
está longe de ser uma diretriz.
Controle
Para o coordenador do Núcleo de Varejo da ESPM (Escola
Superior de Propaganda e Marketing), Ricardo Pastore, as formas de controle e prevenção do
furto devem ser incorporadas
na gestão da empresa.
"Isso começa com uma boa
gestão de estoque, o que muitos
varejistas ainda não têm", finaliza Solimeo, da ACSP.
30,7%
É o índice de furtos externos,
feitos por clientes, entre as
perdas do segmento de eletroeletrônicos em 2008, segundo a 9ª Avaliação de Perdas do Varejo Brasileiro, feita
com 77 empresas em dezembro do ano passado
29,2%
É o índice de furtos feitos por
funcionários e terceiros entre
as perdas do atacado. Seguem
os eletrônicos (26,8%), segundo a 9ª Avaliação de Perdas no
Varejo Brasileiro
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