São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2008


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CÁLCULO DE VOLUME

Primeiro trimestre é período de retração

Atravessar os primeiros mesesrequer planejamento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os três primeiros meses do ano costumam ser os piores em vendas. Elas são 17% menores do que no quarto trimestre, o período de maior fartura, segundo o estudo "Determinantes das Vendas no Varejo", do Provar-FIA e da Felisoni Consultores Associados.
Com isso, passado o período das festas, o empresário precisa se planejar para que todo o lucro de dezembro não vire fumaça logo no começo do ano.
"A primeira tarefa é implementar um demonstrativo de resultados", aponta Eugenio Foganholo, diretor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial.
O documento é uma espécie de fotografia das receitas e gastos da empresa, mês a mês, incluindo impostos e despesas administrativas. "Parece óbvio, mas a maioria dos pequenos empresários não o tem. O contador pode ajudar a fazê-lo."
Num momento como este, de crise anunciada, esse exame detalhado das contas da empresa dá a dimensão dos pontos em que é possível cortar e nos quais se deve investir.

Olho no estoque
Segundo a consultora Ana Vecchi, da Vecchi Ancona Estratégia e Gestão, é preciso fazer um bom gerenciamento de estoque para garantir o suprimento do ano todo. Ela aconselha ao varejista criar uma programação com o fornecedor.
"Ele tem de ser um parceiro do negócio. É necessário combinar um prazo mínimo para repor a mercadoria e ter a quantidade bem ajustada à venda", alerta.
"O excesso de estoque é um "vírus" que pode corroer a sobrevivência do varejista", acrescenta Foganholo.
A empresária Fátima Chamma, da Chamma da Amazônia, conta que fez uma análise dos produtos com menor giro em cada praça e, a partir disso, ajustou o estoque para não empatar capital.

Criatividade
Na opinião do professor Claudio Felisoni de Ângelo, momentos de menor crescimento pedem inovação.
"A palavra crise está sempre relacionada a algo negativo, mas pode ser um processo de reflexão. O empresário pode usar a criatividade, desenvolver um produto novo e levar o negócio a um outro patamar."
Para o comerciante Ernesto Almeida Luiz, 59, dono da Releh, rede de cinco lojas de bijuteria na região da rua 25 de Março, em São Paulo, o primeiro trimestre é o pior período do ano para o negócio.
Disposto a reverter essa situação, ele criou um site para fazer vendas a distância.
"Muitos dos nossos consumidores são lojistas do interior de São Paulo ou de outros Estados. O site permite que comprem e economizem os custos da viagem", explica. "A medida até aumentou o número de pedidos vindos de fora da capital", comemora. (LC)



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