São Paulo, domingo, 23 de dezembro de 2007


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QUEIMA DE NATAL

É hora de se preparar para janeiro

Entusiasmo com vendas de dezembro deve ser ponderado com as dívidas de pré-Carnaval

LAURA FOLGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Às vésperas do Natal, muitos empresários já desembrulharam o maior presente que poderiam ter recebido neste ano: as vendas superaquecidas.
Enquanto eles comemoram os lucros, consultores ouvidos pela Folha recomendam cautela, já que o ano novo chega com várias contas a pagar -IPTU, IPVA e renovação de seguros, por exemplo- e, geralmente, vendas em baixa.
Com consumidores já sem dinheiro e, muitas vezes, em férias, o primeiro passo é fazer um planejamento de acordo com o histórico da companhia.
"Cada empresário, em seu segmento, deve buscar informações e tentar antever o que ocorre no início de ano", recomenda Luís Alberto Lobrigatti, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Para Lobrigatti, também é importante ter uma reserva caso as vendas não sejam boas.
"É preciso administrar os recursos excedentes com experiência para usá-los como ferramenta estratégica no futuro", acrescenta Alfredo Reis, professor do Ibmec São Paulo.
É o que faz Luiz Douglas Duarte, 52, gerente da loja A Miniatura, onde trabalha há 37 anos vendendo brinquedos.
Como sabe que dezembro é o mês de maior venda, ele já tem planos para a receita extra. "Vou usar para investir na empresa, comprar novos produtos e fazer reformas", comenta.

Dias frios
Na avaliação de consultores, é melhor que o dinheiro disponível seja utilizado em compromissos já estabelecidos, como para dívidas e contas futuras.
"O problema é confundir as coisas no tempo", explica Reis. "Se o empresário vende muito no Natal, esquece que as dívidas virão. E ele às vezes ainda nem pagou pelo produto."
A questão pode ser resolvida com "atenção ao fluxo de caixa", ou seja, um planejamento minucioso de gastos e ganhos.
"A pessoa tem de fazer esse controle para se preparar para os dias mais frios", afirma Reis. "Enquanto os gastos previstos não ocorrem, pode-se pensar em investimento de curto prazo e baixo risco", diz Lobrigatti.


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