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QUEIMA DE NATAL
Desafio no pós-Natal é gerenciar os estoques
Planejamento adequado evita liquidações com perda de margem
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Luiz Douglas Duarte, gerente de A Miniatura, reformará a loja |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ainda que as expectativas
para as vendas de fim de ano sejam otimistas, o empresário deve começar a se preparar para
enfrentar o maior inimigo de
janeiro: a sobra de produtos ou
de matéria-prima no estoque.
A fim de tentar resolver o
problema, Leo Apter, proprietário da loja de móveis Espaço e
Forma, decidiu criar um leilão
com produtos de ponta-de-estoque e outros novos, vendidos
a partir de um lance mínimo.
Tudo em nome da atualização constante do estoque:
"Lançamos produtos durante o
ano, mas, na virada, precisamos
oferecer mercadorias novas".
Ao aplicar a estratégia pela
primeira vez a partir do fim do
ano passado, Apter conseguiu,
em janeiro, aumentar o faturamento em relação a dezembro.
"Na época do Natal, todos
querem pronta entrega e, em
janeiro, começam a planejar
as compras para o ano todo.
Percebi que era a situação ideal
para conseguir unir as vendas
de oportunidade com as transações de longo prazo", diz.
Os frutos colhidos por Apter
também fazem parte da cesta
de vários outros empresários.
Segundo Nabil Sahyoun, presidente da Alshop (Associação
Brasileira de Lojistas de Shopping), o mês de janeiro tem se
mostrado cada vez melhor.
A justificativa são as promoções e os balanços de estoque
das empresas. "A inauguração
de 17 shoppings em 2008 [no
Brasil] também deve ajudar a
levantar os números do comércio no mês que vem em pelo
menos 5%", afirma Sahyoun.
Desova
Na avaliação de Alfredo Reis,
especialista em finanças de pequenas empresas do Ibmec São
Paulo, a melhor forma de evitar
perder dinheiro com as liquidações de estoque em janeiro e
em fevereiro começa com um
cálculo detalhado das vendas
na alta temporada.
O objetivo, diz Reis, deve ser
trabalhar com o mínimo de
produtos. "Quanto mais tempo
o empresário se dedicar a identificar o estoque, melhor."
Para os que não fizeram a lição de casa, a solução mais comum é a liquidação. "É preciso
queimar [o estoque] o mais depressa possível, pois o custo de
deixá-lo parado é muito alto",
explica Maurício Morgado,
professor do Centro de Excelência em Varejo da FGV-SP
(Fundação Getulio Vargas).
Em alguns casos (veja mais
no quadro ao lado), segundo
Luís Alberto Lobrigatti, consultor do Sebrae-SP, vale a pena vender mesmo que se ofereçam preços abaixo dos de custo.
"Mas isso não pode se tornar
uma prática recorrente", enfatiza o consultor.
Além das liquidações, janeiro
é o tradicional mês das trocas.
Segundo Morgado, é o momento de conquistar a clientela com
atendimento diferenciado. "No
mínimo, a pessoa vai sair com
uma imagem boa do varejista.
É preciso aproveitar para
transformar o que parece ruim
em algo bom", conclui.
(LF)
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