São Paulo, domingo, 25 de maio de 2008


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SABOR DE INVERNO

Município quer "alongar" a estação

Projeto de lei prevê aumento de tributos a forasteiros de curto prazo em Campos do Jordão

Rafael Hupsel/Folha Imagem
São esperados cerca de 1 milhão de visitantes em Campos do Jordão durante o inverno, segundo a prefeitura do município

DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL À SERRA DA MANTIQUEIRA

Centenas de empresários devem passar o inverno em Campos do Jordão atraídos não só pela promessa de lareira, chocolate quente e fondue mas também pela oportunidade de lucrar com a temporada fria.
No ano passado, a prefeitura local aprovou 203 pedidos de empresas de fora do município para ali se instalarem. Neste ano, o número deve aumentar.
No shopping Market Plaza -que abre somente durante o inverno-, serão 79 lojas, todas elas já com contratos fechados.
A novidade desta temporada é que os empresários terão mais tempo para recuperar os investimentos: o shopping deve abrir quase três semanas mais cedo do que no ano anterior.
Há também outra iniciativa para "alongar" o inverno -só que esta não é favorável a empreendedores de curto prazo.
Tramita pela Câmara Municipal de Campos do Jordão um projeto de lei do Conselho Municipal de Turismo que, se for aprovado, aumentará a carga tributária de todo estabelecimento que não permanecer na cidade por pelo menos 75 dias.
"A idéia com isso é incentivar os empresários a ficarem mais ou, pelo menos, punir os que não ficarem", afirma o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Malaquias Pereira.

Fatia recheada
Ao saber de casos bem-sucedidos de empresas sazonais, o empresário Jeremias Neto, 31, viu-se estimulado a abrir na cidade serrana uma filial temporária da pizzaria Veridiana, da qual é um dos proprietários.
A aposta é atrair para seu estabelecimento uma fatia dos cerca de um milhão de visitantes esperados para a estação. "É o primeiro ano em que resolvemos encarar a empreitada", diz.
Para os que, como Neto, se entusiasmaram com a idéia de estrear um ponto-de-venda no frio da serra, é importante ter em mente os perigos associados a esse tipo de negócio.
A principal recomendação é fazer um bom planejamento. "O maior risco é o da projeção das vendas", diz João Paulo Lara de Siqueira, professor de marketing da Trevisan Escola de Negócios. "Um erro de cálculo pode resultar na falta de itens ou em seu excesso."
Segundo Siqueira, sobretudo no caso das empresas de pequeno porte, "um passo errado pode comprometer o negócio".
Para Viktor Ljubtschenko, 47, dono da Any Any, o investimento em lojas sazonais não deve visar somente ao retorno financeiro -até porque, diz, "o custo é muito alto para lucrar".
"Mas é muito bom para a imagem da empresa", explica Ljubtschenko, que vai abrir pela quarta vez uma unidade de inverno em Campos do Jordão.


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