São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010


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Retomada inclui recompra de fábrica

Sob controle de estrangeiros por dez anos, a Forno de Minas volta ao dono original para estimular as vendas

DE SÃO PAULO

O mote para o retorno da Forno de Minas ao mercado um ano depois de sua desativação é "pão de queijo com seis vezes mais queijo".
Essa história, contudo, teve uma reviravolta que a di-ferencia dos demais casos: a marca foi vendida a uma gigante norte-americana, perdeu fôlego e foi retomada pelos proprietários anteriores.
O diretor-presidente da empresa, Hélder Mendonça, conta que quando as operações foram vendidas à General Mills, em 1999, a receita levava 20% de queijo.
No ano passado, "tinha apenas 2% e muito aromatizante", compara. Ele atribui à mudança na fórmula original o declínio do negócio.
Nos dez anos em que a marca esteve em mãos estrangeiras, calcula, a produção foi reduzida de 1.600 para 800 toneladas por mês.
Com isso, a General Mills descontinuou a produção, que foi recomprada pelos fundadores no ano passado.
A retomada começou pelas gôndolas, que representam 40% do faturamento.
"Temos de convencer o consumidor de que a qualidade do produto voltou", diz.

COPA-2014
O trabalho mais complexo será com os cafés e restaurantes, que representam 60% de todas as vendas.
Alguns dos que trabalhavam com o produto na época da transição tiveram de procurar outro fornecedor por causa da rejeição do público às mudanças nas características do pão de queijo.
"Precisaremos recuperar o relacionamento [com o canal]. Não é um trabalho do dia para a noite", salienta.
Hoje, a empresa produz 600 toneladas por mês e pretende fechar o ano com um faturamento de R$ 70 milhões. Até a Copa-2014, o plano é alcançar R$ 250 milhões - crescimento de 350%.
O Mundial de futebol no Brasil, aliás, favorece investimentos no país, assim como os Jogos Olímpicos.
Os dois eventos têm sido considerados marcos para as estratégias das companhias que retomam seus negócios, como as fabricantes de roupas Pakalolo e Athleta.
"Nos próximos anos, o Brasil vai se tornar um canteiro de obras", destaca Roberto Gonzalez, da Trevisan Escola de Negócios.
A Copa-2014 promete trazer também desenvolvimento de novas regiões de negócios para os empreendedores, principalmente o Nordeste. "Boa parte das franquias mira hoje áreas fora do eixo Sul-Sudeste", comenta Pedro Zanni, da BSP.


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