São Paulo, domingo, 25 de outubro de 2009 |
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CANAL DE VENDAS MPEs vendem mais para o governo
Valor comercializado cresce 289% desde 2006, mas fatia de pequenas vem diminuindo
RAQUEL BOCATO DA REPORTAGEM LOCAL A participação de micro e pequenas empresas em compras públicas do governo federal -incluindo administração direta, autarquias e fundações- bateu recordes neste ano. O valor acumulado de compras de janeiro a agosto de 2009 -R$ 5,8 bilhões- foi 288,9% maior do que o acumulado nos mesmos meses de 2006. Em número de itens vendidos, o aumento foi de 8,3%. O saldo positivo é, em grande parte, resultado da Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas, dizem especialistas. Em vigor desde julho de 2007, ela determina que micro e pequenas firmas tenham preferência nos processos públicos de licitação. A participação das micro no valor das compras segue crescendo -foi de 6%, de janeiro a agosto de 2007, para 15%, no mesmo período de 2009. Mas as pequenas mostram um quadro de queda. A participação delas foi de 21% de janeiro a agosto de 2007 para 14% no mesmo período de 2009. Há duas explicações para isso, analisa o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna. "Tem havido uma distribuição interna -as micro estão tomando o espaço das pequenas." Outro ponto são as oportunidades para as médias e as grandes. "Em 2008 e 2009, as grandes obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] entraram [em licitação] e impactaram a grande empresa." Para Santanna, a concorrência deve se intensificar. As grandes, diz, tendem a oferecer preços mais competitivos. Ainda há muito espaço para a expansão de micro e pequenas empresas em compras governamentais, avalia Robson Schmidt, consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). No Brasil, 99% das firmas são micro e pequenas; entre os fornecedores do Siasg (Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais), do governo federal, somavam 54% entre janeiro e agosto de 2009. Ampliar essa proporção é possível, explica Santanna.qj Depende da conscientização de compradores e da capacitação das empresas. Mapeamento A análise de oportunidades em vendas para o governo é o norte do dono da Eletrônica Reis, Francisco Souza, 45. Nunca venceu um pregão, mas já participou de tomadas de preço e hoje fornece serviços de manutenção de equipamentos eletrônicos para duas escolas e o metrô de Brasília. "Já ouvi muitos "nãos'", diz ele, que hoje procura os responsáveis pelas compras em órgãos governamentais para fazer o primeiro contato. Próximo Texto: Falta de adesão à lei é entrave Índice |
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