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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003


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Especialistas em marketing dizem que promoções são essenciais, mas recomendam calcular os riscos

Sem foco, ação irrita e traz prejuízo

Fernando Moraes/Folha Imagem
Espaço criado por restaurante de São Paulo para que os clientes possam descansar após o almoço


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Inovar é bom, mas é preciso ter cuidado para não transformar a estratégia de marketing em um transtorno para a vizinhança, avisam especialistas em marketing.
Fazer promoção com uma banda tocando às 8h de um domingo, por exemplo, contribuirá para gerar antipatia em relação ao negócio. Atrapalhar o trânsito e ser insistente também são más idéias.
Especialistas recomendam traçar um plano antes de qualquer promoção. É preciso saber exatamente quais são os objetivos, os custos e os riscos assumidos.
Antes de partir para a ação, o empresário deve estar preparado para atender o cliente. O conselho é simples: não crie demandas que a empresa não tem condições de atender. Com isso, será possível evitar que o cliente fique com uma má impressão do negócio. A idéia é a de que reconquistar o cliente é sempre mais difícil do que atrai-lo pela primeira vez.
Também é importante avaliar antes se os resultados da estratégia compensam para evitar o incômodo dos prejuízos inesperados. Em alguns casos, pode ser mais interessante oferecer um desconto a membros de uma associação de moradores.
"Em vez de dar tiro de canhão, é melhor mirar um pouco mais em um público específico e dar um tiro de espingarda. Focar o seu esforço é sempre mais barato", diz o professor de empreendedorismo e inovação Tales Andreassi, da FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas).
Entre as dicas, está a de batalhar por espaço editorial em reportagens da grande mídia. "É sempre bom, pois você não está pagando. Mas é preciso ter algo novo e interessante para mostrar", ensina Andreassi. Segundo ele, promover e apoiar causas sociais são também boas maneiras de aparecer de graça na mídia.
Luiz Antonio Peixoto, presidente da Ampro (Associação de Marketing Promocional), afirma que apostar em um grupo de teatro para fazer performances no ponto-de-venda, no caso de produtos para jovens ou de bares e casas noturnas, pode funcionar bem.
"O importante é tentar personalizar a ação de marketing", afirma Peixoto. Ele cita estratégias como degustação e "test-drive" de produtos como ações que trazem sempre bons resultados.
Para Ronald Peach Junior, presidente do Popai Brasil (Associação Brasileira de Merchandising), é um engano pensar que ações promocionais são ações de desconto. "Pode funcionar de imediato, mas não constrói marca, não fideliza nem cria relacionamento." Ele diz que os empreendedores no país costumam pecar mais pela falta do que pelo excesso na hora do marketing.
"Fazer e errar é um direito, mas quem não faz não atrai clientes. É uma sedução. Para isso, usar ações clássicas, como sorteio, pode ser ótimo", completa.
Além de apostar em mídias alternativas, pequenas empresas podem anunciar em jornais de bairro e fazer promoções casadas com lojas não-concorrentes. Um restaurante, por exemplo, pode se aliar a um estacionamento ou a uma videolocadora.


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