São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008


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BANHO DE IDÉIAS

Patente dá direito de explorar invenções comercialmente

Inovações baseiam fundação e crescimento de firmas

Alexia Santi/Folha Imagem
Tatiane Prim, que criou uma tatuagem de grudar na pele e abriu a empresa Bijoux de Pele

DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O empresário Mário Santana Junior, 37, dono da Digiprom, comemora no dia 4 de novembro não só o Dia Nacional do Inventor mas também o aumento de quase 300% no faturamento de sua empresa, obtido com o desenvolvimento do chuveiro Controlflux.
O produto, que controla o tempo de banho, economizando água, energia elétrica e tempo de espera em banheiros públicos, agregou ao empresário, além de algo novo para vender, mais dois sócios, que trouxeram o capital necessário para comercializar a solução.
Assim como Santana, centenas de empresários mudam o caminho de suas empresas -ou fundam negócios, se ainda não têm um- após criarem e patentearem um novo produto.
A cada ano são depositadas aproximadamente 24 mil patentes no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Do total, apenas 1% corresponde a pedidos vindos de micro e pequenas empresas.
Mas, se forem considerados apenas os pedidos feitos por empresas brasileiras, a participação de MPEs subirá para cerca de 30%, segundo levantamento do INPI feito para a Folha.

Segurança
A patente garante a exclusividade da exploração comercial do invento. Para Jorge Ávila, diretor do INPI, buscar essa proteção "é um gasto necessário com retorno gigantesco".
Essa é também a opinião de Carlos Mazzei, presidente da ANI (Associação Nacional dos Inventores). Mas ele destaca que o depósito da patente deve ser feito somente após uma pesquisa nos bancos de dados do INPI. "Muitos empresários têm seus pedidos negados após anos de espera porque o que inventaram não é novidade."
A primeira coisa que Daniel Carmo, 28, fez quando criou o Moovi, dispositivo que permite a conexão sem fio entre o toca-MP3 e as caixas de som do carro, foi patentear o invento.
"Assim que vimos que o produto tinha futuro, fomos atrás do documento, para não perdermos o privilégio de comercializá-lo", conta Carmo. Depois de ter feito o depósito, o empresário abriu a Noxt, que vende o dispositivo.
O capital aplicado no novo negócio veio de duas fontes: R$ 100 mil investidos pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), e R$ 400 mil, por investidores anjos (pessoas físicas).
Também apóiam projetos inovadores a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o SebraeTec (consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), entre outros.


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