São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008


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BANHO DE IDÉIAS

Novidade necessita de plano de negócio

Pesquisa de mercado e capacitação de funcionários são preocupações

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na hora de transformar ciência em mercado, "quanto mais inovador for o produto, mais riscos haverá", diz Jorge Ávila, diretor do INPI. Para ele, porém, a possibilidade de perda é proporcional à de recompensa.
Um levantamento feito pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em maio deste ano, com 338 dos projetos inovadores apoiados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) mostrou que cada R$ 1 investido pela instituição gerou R$ 12 de faturamento nos negócios contemplados.
Tornar um invento lucrativo, porém, nem sempre depende apenas de uma boa idéia. "É somente a partir do empreendedorismo no tratamento da invenção que surge um projeto comercializável", alerta Marcelo Dini, gerente de tecnologia e inovação do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Faz parte do plano de negócio a pesquisa de mercado, que deve ser feita com cautela extra, já que, como o produto ainda não existe, toda previsão irá se basear nas soluções semelhantes já disponíveis.

Preparação
Da idéia à patente, passaram-se quase dez anos para Robson Rojas, 38, inventor de um reciclador de água. O produto teve seu projeto iniciado em 1991, começou a ser vendido em 1999 e foi patenteado em 2001. Em 2003, foi criada a Ergon, empresa que vende a solução.
"Foram muitos anos queimando bastantes motores e estragando muita água", brinca Rojas. O empresário, que é formado em filosofia, fez 32 cursos técnicos no período.
O cuidado no preparo do produto reverteu, em 2005, em prêmios de inovação e sustentabilidade. "Isso nos ajudou a entrar no mercado", conta.
Hoje, a maior dificuldade da firma é capacitar funcionários, já que o treinamento dura pelo menos um ano.
Depois de obter a proteção da patente e de consolidar o processo produtivo, outra dificuldade é justamente o treinamento de pessoal, aponta Valter Pieracciani, sócio-diretor da consultoria em gestão de inovação Pieracciani.
O produto inédito pode apresentar dificuldades técnicas na hora da instalação e da manutenção. "É importante que os inventores saibam que estão gerando "crianças", que precisam de cuidados especiais", alerta. "O ambiente ideal para esse desenvolvimento é uma incubadora de empresas."
A Maacawn, empresa de Adilson Campos de Barros, 46, está incubada no Cietec (Centro Incubador de Empresas Tecnológicas) desde agosto deste ano. Seu produto, o Baac, bombeia água para as caixas-d'água de edifícios sem utilizar energia elétrica.
Apesar de o invento estar pronto e patenteado, ainda não foi comercializado. "Estou procurando investidores", diz.


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