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CLIENTES NA CARTEIRA
Educação é nicho a ser explorado
Concorrência maior no ensino superior impulsiona abertura de consultorias a "call centers"
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os índices anuais de crescimento superiores a 15% não
são mais realidade entre as instituições de ensino superior.
Após o aumento do número de
alunos e do faturamento, especialmente entre 1996 e 2004,
o setor vive um momento de
sedimentação -uma acomodação para absorver os bancos
vazios deixados por esse incremento, como a ociosidade de
vagas de cerca de 50%.
Mas quem pensa que esse cenário mostra apenas um setor
estagnado, sem oportunidades
para micro, pequenas e médias
empresas, está enganado.
É exatamente esse rearranjo
no mercado educacional que
tem deixado brechas para a
atuação de empresas de diversos setores -de consultorias a
salões de cabeleireiro.
Para o diretor-executivo do
Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior
no Estado de São Paulo), Rodrigo Capelato, a concorrência
tem dado chances a outros segmentos, especialmente a prestadores de serviço. "As instituições [de ensino superior] não
podem mais ser amadoras."
O presidente da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) e
reitor da Universidade Anhembi Morumbi, Gabriel Mario Rodrigues, destaca que essa movimentação do setor educacional
deve durar mais três anos. Para
ele, as faculdades que não se
modernizarem serão absorvidas por outras.
"A educação está passando a
ser vista como um negócio. As
instituições de ensino estão
percebendo a necessidade de
adaptação, de modernização."
Variedade
O gerente de marketing do
Centro Universitário São Camilo, Luciano de Melo, concorda com Rodrigues. Afirma que a
transformação do setor já começou e acrescenta que a instituição tem se esforçado para
modificar alguns processos.
Começou trocando uma central de atendimento telefônico
própria por um "contact center" terceirizado. "Precisávamos de algo profissionalizado",
considera Melo, indicando que
outras áreas também devem
passar por alteração.
José Luís Poli, diretor acadêmico da Anhanguera Educacional -que tem 14 campi no interior de São Paulo-, salienta
que o mercado para prestadores de serviço para instituições
de ensino "deve crescer muito".
"Há espaço [de atuação] para
pequenas empresas", avalia, citando as agências de publicidade como exemplo de quem pode ser beneficiado pelo movimento. "Aqui, até o setor da
construção civil foi terceirizado", resume Poli.
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