|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresas usam o "um por todos"
Reuniões com colegas e consultoria auxiliam no processo de inovação
DE SÃO PAULO
Implementar novos processos e repaginar produtos.
Na teoria, inovar parece simples -há cada vez mais lançamentos nas livrarias sobre
o tema. Na prática, contudo,
a tarefa de "pensar fora da
caixa", especialmente quando se está no dia a dia da empresa, não é algo imediato.
Estar em um APL facilita o
processo de inovação, segundo especialistas e empresários ouvidos pela Folha.
As reuniões periódicas, nas
quais os empreendedores
discutem problemas e apontam soluções, são balizadores de iniciativas que podem
ser adotadas no negócio.
No APL Plásticos do Grande ABC, na região metropolitana de São Paulo, os 14 micro e pequenos empresários
encontram-se quinzenalmente por duas ou três horas.
O gestor Joelson Gomes
Santos, 38, conta que nas
reuniões são discutidos
meios de poupar com compra conjunta e participação
em feiras, além de um ajudar
o outro a resolver problemas.
O olhar de outra pessoa
-com know-how da área
mas sem estar na rotina da
empresa- pode ser um dos
caminhos para inovar, seja
ela colega de APL, seja consultor contratado pelos empresários do polo, como têm
feito empreendedores da indústria moveleira paulista.
Com ajuda do Sebrae-SP,
fizeram um diagnóstico socioeconômico das potencialidades do APL Movelaria
Paulista, na região metropolitana de São Paulo. Os responsáveis pelas 57 empresas
do núcleo passaram por capacitação profissional e treinamento comportamental.
Agora, em outro projeto, traçam estratégia de fornecimento a grandes varejistas.
Primeiro, os empresários
mapearam empresas e clientes no exterior, conta Ilsiane
Peloso, do Sebrae-SP. Identificaram uma tendência: lá fora, ganham força os grandes
varejistas que oferecem móveis de alto valor agregado,
feitos em pequena escala.
DIFERENCIAIS
Agora, as pequenas empresas do APL paulista começam a pensar em como se
preparar para serem fornecedores dessas cadeias de lojas.
Quem trabalha com produção seriada, explica Peloso, terá de oferecer produtos
em menor escala. "[A ideia é
parar] de olhar só para a produção e focar diferenciais como tendências e logística."
O gestor do Grupo Kanan
de Movelaria, Eric Michell
Watanabe, 26, que participa
da iniciativa, destaca que
não se trata de conseguir
grandes clientes, mas de
diversificar a carteira.
No ano passado, com boa
parte da demanda vindo do
setor corporativo, Watanabe
viu o faturamento da empresa cair -com a crise, as encomendas foram paralisadas.
Foram demitidas, segundo
ele, de 30 a 40 pessoas.
Com esse novo posicionamento, já pensa em exportar.
"Quem sabe até lançar uma
marca própria", planeja.
Texto Anterior: Bê-á-bá dos APLs Próximo Texto: Incentivos governamentais aos APLs Índice
|