São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010


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Empresas usam o "um por todos"

Reuniões com colegas e consultoria auxiliam no processo de inovação

DE SÃO PAULO

Implementar novos processos e repaginar produtos. Na teoria, inovar parece simples -há cada vez mais lançamentos nas livrarias sobre o tema. Na prática, contudo, a tarefa de "pensar fora da caixa", especialmente quando se está no dia a dia da empresa, não é algo imediato.
Estar em um APL facilita o processo de inovação, segundo especialistas e empresários ouvidos pela Folha. As reuniões periódicas, nas quais os empreendedores discutem problemas e apontam soluções, são balizadores de iniciativas que podem ser adotadas no negócio.
No APL Plásticos do Grande ABC, na região metropolitana de São Paulo, os 14 micro e pequenos empresários encontram-se quinzenalmente por duas ou três horas.
O gestor Joelson Gomes Santos, 38, conta que nas reuniões são discutidos meios de poupar com compra conjunta e participação em feiras, além de um ajudar o outro a resolver problemas.
O olhar de outra pessoa -com know-how da área mas sem estar na rotina da empresa- pode ser um dos caminhos para inovar, seja ela colega de APL, seja consultor contratado pelos empresários do polo, como têm feito empreendedores da indústria moveleira paulista.
Com ajuda do Sebrae-SP, fizeram um diagnóstico socioeconômico das potencialidades do APL Movelaria Paulista, na região metropolitana de São Paulo. Os responsáveis pelas 57 empresas do núcleo passaram por capacitação profissional e treinamento comportamental. Agora, em outro projeto, traçam estratégia de fornecimento a grandes varejistas.
Primeiro, os empresários mapearam empresas e clientes no exterior, conta Ilsiane Peloso, do Sebrae-SP. Identificaram uma tendência: lá fora, ganham força os grandes varejistas que oferecem móveis de alto valor agregado, feitos em pequena escala.

DIFERENCIAIS
Agora, as pequenas empresas do APL paulista começam a pensar em como se preparar para serem fornecedores dessas cadeias de lojas.
Quem trabalha com produção seriada, explica Peloso, terá de oferecer produtos em menor escala. "[A ideia é parar] de olhar só para a produção e focar diferenciais como tendências e logística."
O gestor do Grupo Kanan de Movelaria, Eric Michell Watanabe, 26, que participa da iniciativa, destaca que não se trata de conseguir grandes clientes, mas de diversificar a carteira.
No ano passado, com boa parte da demanda vindo do setor corporativo, Watanabe viu o faturamento da empresa cair -com a crise, as encomendas foram paralisadas. Foram demitidas, segundo ele, de 30 a 40 pessoas.
Com esse novo posicionamento, já pensa em exportar. "Quem sabe até lançar uma marca própria", planeja.


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