São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008


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CONTRATO DE CRÉDITO

Bancos inflam investimento em MPEs

Instituições oferecem mais recursos e criam linhas; crise deve aumentar exigências

Rafael Hupsel/Folha Imagem
Após entrar em um plano de estruturação de negócios do setor de panificação, Sérgio Amorim, da Santa Efigênia, irá pedir o quarto empréstimo, para expansão; "Não tememos a crise"

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A crise nos Estados Unidos ameaça o crédito em todo o mundo e pode tornar os bancos mais exigentes para conceder empréstimos. Ao mesmo tempo, as instituições brasileiras ampliam seus serviços para micro e pequenas empresas, facilitando a captação de recursos.
O Banco do Brasil, por exemplo, prevê que a participação dos investimentos nas MPEs na carteira de crédito do banco passe dos 30% atuais para cerca de 35% no ano que vem, segundo José Carlos Soares, diretor de micro e pequenas empresas.
No total, o portfólio do banco deverá crescer menos do que os 41,7% previstos para 2008. "A perspectiva é que a carteira de capital de giro cresça 35%, e a de investimento, a partir de 37%", diz Soares.
A Caixa Econômica Federal também apresenta novidades para os pequenos empresários: deverá criar uma linha de crédito com recursos próprios para investimento.
Segundo a Folha apurou, a linha é uma resposta à diminuição dos recursos vindos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), está em estudos finais e deve ser lançada neste ano, talvez em outubro.

Crise
Enquanto grandes instituições norte-americanas sofrem com a crise do crédito, as pequenas firmas do Brasil não devem ver impactos tão cedo.
Para Juliano Lima Pinheiro, sócio-diretor da Fiere Gestão de Recursos Financeiros, "o aumento da aversão ao risco não afeta os pequenos, pelo menos até o fim do ano. A maior preocupação ainda é o aumento dos juros pelo Copom [Comitê de Política Monetária]".
Virginia Izabel de Oliveira, professora de finanças da Fundação Dom Cabral, afirma que, embora o crédito para os pequenos não esteja prejudicado, o momento é de cautela. "Os bancos ficarão mais exigentes."
Vanessa Carmata, da Mulata Brasil, que comercializa biquínis, vê a crise como oportunidade: ela pretende investir cerca de US$ 200 mil na abertura de uma filial da loja em Miami. "O imóvel está mais barato lá."



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