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em foco - vinhos
Caixa é aposta para reduzir custos
Grupo de investidores pretende vender 19 mil litros da bebida em "bag in box" até 2010
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A venda de taças de vinho pode ficar mais barata e prática.
Para isso, porém, é preciso que
o público brasileiro vença a resistência à bebida em caixa, conhecida como "bag in box".
O produto já existe há cerca
de quatro anos no Brasil, mas
sua aceitação no mercado ainda é baixa, quando comparada
com os vinhos em garrafa.
Com capacidade de dois a
cinco litros, as caixas são de papelão e guardam o produto em
bolsas especiais que impedem a
entrada de ar -e, consequentemente, a oxidação do líquido.
A Wine Society, empresa que
chega ao mercado nacional
neste ano, pretende ajudar a difundir o produto. Sua previsão
é oferecer cerca 19 mil litros de
vinho em caixas até 2010.
O fabricante das bolsas,
Scholle Packaging, quer reforçar em 2009 o uso do produto
na região Sudeste. "Somos bem
aceitos no Sul", afirma Paula
Ziolli, assistente de marketing.
Segundo a Wine Society, a rede de restaurantes Outback,
com 21 lojas de comida australiana, negocia atualmente a
comercialização do produto
em suas casas. O Outback não
confirma a informação.
Em São Paulo, algumas empresas também estão dispostas
a testar o produto. É o caso do
Bar do Bartô, restaurante que
espera poder reduzir despesas
e conquistar clientes com uma
taça de mais qualidade.
"Só o que vou economizar
abrindo e fechando a geladeira
vale a pena. Você abre uma caixa, e o produto mantém sua
qualidade por 30 ou 40 dias, se
for necessário", calcula o dono,
Shafic Fernando Sacaquimi.
Outro que acredita no vinho
em caixa para agradar o cliente
é Mauricio Laranjeira, dono
dos restaurantes Santa Gula,
Santa Pizza e Bar do Santa.
"Temos muito problema para vender vinho em taça. Existe
uma perda, e a bebida perde
qualidade [com a oxidação].
Mas teremos de acostumar o
cliente. O mesmo ocorreu
quando vinhos passaram a ter
rolha de plástico", compara.
A Wine Society já importou
duas marcas australianas no
formato "bag in box": a Ban-rock Station e a Stanley. A primeira vai custar R$ 85 a caixa
de dois litros, enquanto a garrafa de 750 ml sai a R$ 43.
Ken Marshall, um dos sócios
da empresa, está na Europa
negociando a importação de
outras marcas da Espanha, da
França, da Itália e da Bulgária.
Na geladeira
Para Euclides Penedo Borges, da Associação Brasileira de
Sommeliers, no Rio de Janeiro,
a caixa é até mais adequada para armazenar a bebida: "Especialmente para vinhos mais jovens, com menos de sete anos".
Mark Hindmarsh, do pub All
Black, usa os "bag in box" há um
ano. "Reduzem o preço, pois
não jogamos nada fora", afirma.
Mas, para o importador José
Augusto Saraiva, a caixa não
atende clientes mais exigentes.
"Nenhum produtor dirá: "Esse
é meu vinho de qualidade"."
31%
foi o aumento do consumo de vinho em caixa nos Estados Unidos
em 2008
Fontes: Nielsen e Wine Society
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