São Paulo, domingo, 29 de março de 2009


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em foco - vinhos

Caixa é aposta para reduzir custos

Grupo de investidores pretende vender 19 mil litros da bebida em "bag in box" até 2010

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A venda de taças de vinho pode ficar mais barata e prática. Para isso, porém, é preciso que o público brasileiro vença a resistência à bebida em caixa, conhecida como "bag in box".
O produto já existe há cerca de quatro anos no Brasil, mas sua aceitação no mercado ainda é baixa, quando comparada com os vinhos em garrafa.
Com capacidade de dois a cinco litros, as caixas são de papelão e guardam o produto em bolsas especiais que impedem a entrada de ar -e, consequentemente, a oxidação do líquido.
A Wine Society, empresa que chega ao mercado nacional neste ano, pretende ajudar a difundir o produto. Sua previsão é oferecer cerca 19 mil litros de vinho em caixas até 2010.
O fabricante das bolsas, Scholle Packaging, quer reforçar em 2009 o uso do produto na região Sudeste. "Somos bem aceitos no Sul", afirma Paula Ziolli, assistente de marketing.
Segundo a Wine Society, a rede de restaurantes Outback, com 21 lojas de comida australiana, negocia atualmente a comercialização do produto em suas casas. O Outback não confirma a informação.
Em São Paulo, algumas empresas também estão dispostas a testar o produto. É o caso do Bar do Bartô, restaurante que espera poder reduzir despesas e conquistar clientes com uma taça de mais qualidade.
"Só o que vou economizar abrindo e fechando a geladeira vale a pena. Você abre uma caixa, e o produto mantém sua qualidade por 30 ou 40 dias, se for necessário", calcula o dono, Shafic Fernando Sacaquimi.
Outro que acredita no vinho em caixa para agradar o cliente é Mauricio Laranjeira, dono dos restaurantes Santa Gula, Santa Pizza e Bar do Santa.
"Temos muito problema para vender vinho em taça. Existe uma perda, e a bebida perde qualidade [com a oxidação]. Mas teremos de acostumar o cliente. O mesmo ocorreu quando vinhos passaram a ter rolha de plástico", compara.
A Wine Society já importou duas marcas australianas no formato "bag in box": a Ban-rock Station e a Stanley. A primeira vai custar R$ 85 a caixa de dois litros, enquanto a garrafa de 750 ml sai a R$ 43.
Ken Marshall, um dos sócios da empresa, está na Europa negociando a importação de outras marcas da Espanha, da França, da Itália e da Bulgária.

Na geladeira
Para Euclides Penedo Borges, da Associação Brasileira de Sommeliers, no Rio de Janeiro, a caixa é até mais adequada para armazenar a bebida: "Especialmente para vinhos mais jovens, com menos de sete anos".
Mark Hindmarsh, do pub All Black, usa os "bag in box" há um ano. "Reduzem o preço, pois não jogamos nada fora", afirma.
Mas, para o importador José Augusto Saraiva, a caixa não atende clientes mais exigentes. "Nenhum produtor dirá: "Esse é meu vinho de qualidade"."

31%
foi o aumento do consumo de vinho em caixa nos Estados Unidos em 2008


Fontes: Nielsen e Wine Society


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