São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011


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EM FOCO - LEILÃO DE CENTAVOS

Moeda sustenta lucro de empresa

Cada lance dado rende a empresário até R$ 1; há 50 negócios desse gênero registrados no país

Alessandro Shinoda/Folhapress
Fernando Gouvea, dono da Magnatta, em seu escritório

MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO

Após o aumento vertiginoso do número de sites de compras coletivas, uma onda de negócios pela internet dá sinais de nova tendência: os leilões de centavo.
São empresas virtuais de venda de produtos por lances -as ofertas devem ser de um centavo por vez. Há 50 dessas empresas com CNPJ, segundo levantamento feito pelo site Vigilante dos Leilões.
Segundo o dono do site, o analista de sistemas Marcio Maruyama, 39, outras cem operam sem registro. Ele passou a coletar informações sobre o modelo de negócio em 2009. A partir desse ano, acompanhou o surgimento -e o encerramento- de dezenas de empresas.
Modelos de site de leilão podem ser encontrados à venda na rede por cerca de R$ 50.
"Como ficou muito fácil botar um site no ar, muita gente entra sem preparo em um mercado competitivo", considera Maruyama.
Para Gerson Rolim, consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, o crescimento dos negócios de leilão segue os mesmos passos do aumento dos de compras coletivas. "É a segunda onda do tsunami. [A das] compras coletivas inundou até prédios mais altos. A segunda é mais fraca, mas tem o mesmo perfil", compara Rolim.

MÍNIMO
Nesses leilões de centavos, o usuário paga um valor entre R$ 0,50 e R$ 1 por lance, independentemente de ganhar ou não o leilão. Um produto arrematado por R$ 10, por exemplo, recebeu mil lances.
Se cada oferta foi vendida a R$ 1, o site recebeu R$ 1.010 pelo artigo leiloado.
"A rentabilidade dos sites depende do tíquete médio dos usuários -quantos lances eles dão- e de quantos usuários ativos você tem", afirma Fernando Gouvea, 27, sócio do site de leilões Magnatta, lançado em fevereiro.
Por isso, a escolha do produto -que deve ser atrativo- E da forma de divulgação deve ser clara e bem estruturada para não acarretar prejuízo aos empreendedores.
Gouvêa e seus sócios investiram R$ 500 mil na criação do site.O faturamento no primeiro mês foi de R$ 100 mil, com 5.000 usuários ativos.
O site Se Liga no Lance foi comprado por Fábio Vilardo, 38, e um sócio há dois meses por R$60 mil. Segundo Vilardo, a preocupação com segurança é grande. "Ataques de hackers podem tirar a página do ar e boicotar lances de outros usuários."


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