São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007


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À LUZ DA INOVAÇÃO

Inovação deve transpor aquisições

Estudo aponta que desenvolvimento tecnológico é informal em empresas de pequeno porte

Renato Stockler/Folha Imagem
APOIO VERDE
Ari Gitz, da Bio Controle, empresa de pequeno porte focada no combate a pragas, que recebeu apoio do programa da Fapesp para desenvolver novos produtos


ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na moda e pouco conhecida. Assim é a contradição da inovação entre pequenas empresas. Apesar de ser um conceito fixo no discurso de muitos empresários no mundo corporativo, sua assimilação não é imediata nas firmas de menor porte.
"A primeira impressão delas é a de que se trata de aquisição de maquinário ou de um novo software", salienta o gerente da unidade de inovação e acesso à tecnologia do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Marcelo Dini Oliveira.
Segundo ele, a implementação de processos inovadores tem de ultrapassar a simples compra de um equipamento: pode se dar na gestão, em processos e produtos, no atendimento ao cliente, em design.
Ainda que lentamente, esse cenário, porém, está mudando. Ao menos é o que aponta um levantamento realizado pela Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras) com 96 empresas de pequeno e médio portes: 40% delas desenvolveram ao menos um novo produto ou processo nos três anos anteriores à pesquisa.
"As empresas muito grandes têm dificuldades de lançar idéias inovadoras em comparação com as pequenas", aponta o professor Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), ao justificar a necessidade de o governo investir em pequenas empresas.
"É muito importante para o desenvolvimento tecnológico do país que se converta tecnologia em produtos ou processos inovadores", ressalta Cruz.
Para os empresários, o campeão entre os empecilhos que dificultam essa conversão é a falta de recursos financeiros -citada por 76% deles. Em parte, isso também revela, segundo o estudo, desconhecimento dos programas de fomento ao desenvolvimento tecnológico.
Dados da Anpei indicam ainda que a maior parte das pequenas trabalha a inovação de modo informal, sem planejamento estratégico adequado ou capacitação técnica mínima.

Diagnóstico
Investigar o mercado ao seu redor é o primeiro passo a ser dado por pequenas empresas que estão interessadas em incluir a inovação no futuro do seu empreendimento.
O Sebrae recomenda que o empresário faça um diagnóstico tecnológico da área em que atua: avalie como estão seus concorrentes, o que buscam seus clientes e que elementos poderiam melhorar a produtividade da empresa.
Questões e dúvidas devem fazer parte desse processo -que também dá origem a um plano de inovação necessário para apresentar a programas de fomento.


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