São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006


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Mudanças devem causar o mínimo de perturbação

Empresário corre o risco de perder sua clientela para a concorrência

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Além de estar com os conceitos de taxa de ocupação do solo, coeficiente de aproveitamento, gabarito de altura e recuos obrigatórios (veja glossário abaixo) na ponta da língua, o empresário deve se ater aos caprichos de outra entidade que tem força de lei: o cliente.
"Fechar um negócio por certo tempo [para ajustar-se à lei] é sempre um perigo para o empresário porque, dessa forma, ele "empurra" sua clientela para experimentar os produtos e os serviços dos concorrentes", avisa Rodrigo Gendra, pesquisador do Provar (Programa de Administração de Varejo).
Em caso de reforma prolongada ou de mudança de endereço, os especialistas recomendam manter o negócio funcionando ininterruptamente, ainda que, para isso, o empresário lance mão de um ponto-de-venda temporário ou sobreponha o funcionamento de duas lojas -a antiga, onde os clientes são recebidos, atendidos e avisados da alteração, e a nova, em que a melhora na qualidade dos serviços deve ser visível.
"Se possível, a empresa deve se manter no mesmo local, ainda que em situação precária, para que os clientes não percam o hábito de comprar lá", pondera José Carmo de Oliveira, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Se a reforma torna inviável a ocupação do lugar, Oliveira sugere "colocar faixas, usar mala-direta e ligar para informar o outro local de atendimento". "Deve-se dizer também quando pretende reabrir", completa.
Deixar para anunciar o novo endereço após a mudança é um erro, afirma Gendra. "É melhor permanecer o mais próximo possível do local original", diz.
Outra recomendação é não zerar o caixa no processo de mudança, pois será preciso ter uma reserva para agüentar uma possível baixa na clientela.

Tipos de negócio
As conseqüências geradas pelo fechamento temporário variam conforme a atividade.
Quem vende para empresas, o chamado B2B ("business to business"), pode enfrentar menos dificuldades numa eventual mudança ou reforma.
Nesses casos, os compradores são mais racionais, com menos espaço para compras por impulso. É importante, então, deixar claro o novo local e fornecer um contato para vendas.
Já quem vende ao consumidor final tem de avaliar o aspecto "psicológico" da mudança. "Os clientes são emocionais e impulsivos. Por isso uma série de variáveis deve ser analisada, como, por exemplo, o tipo de transporte que o consumidor usa para chegar ao seu estabelecimento", expõe Gendra.
Nesse caso, é importante conhecer bem o perfil do cliente.
"Varejistas e prestadores de serviço, que dependem muito do ponto-de-venda, são mais afetados. Para eles, um mês [de reformas] é considerado tempo longo", pontua Oliveira. (FG)


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