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Mudanças devem causar o mínimo de perturbação
Empresário corre o risco de perder sua clientela para a concorrência
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Além de estar com os conceitos de taxa de ocupação do solo,
coeficiente de aproveitamento,
gabarito de altura e recuos
obrigatórios (veja glossário
abaixo) na ponta da língua, o
empresário deve se ater aos caprichos de outra entidade que
tem força de lei: o cliente.
"Fechar um negócio por certo tempo [para ajustar-se à lei]
é sempre um perigo para o empresário porque, dessa forma,
ele "empurra" sua clientela para
experimentar os produtos e os
serviços dos concorrentes",
avisa Rodrigo Gendra, pesquisador do Provar (Programa de
Administração de Varejo).
Em caso de reforma prolongada ou de mudança de endereço, os especialistas recomendam manter o negócio funcionando ininterruptamente, ainda que, para isso, o empresário
lance mão de um ponto-de-venda temporário ou sobreponha o funcionamento de duas
lojas -a antiga, onde os clientes são recebidos, atendidos e
avisados da alteração, e a nova,
em que a melhora na qualidade
dos serviços deve ser visível.
"Se possível, a empresa deve
se manter no mesmo local, ainda que em situação precária,
para que os clientes não percam o hábito de comprar lá",
pondera José Carmo de Oliveira, consultor do Sebrae-SP
(Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas).
Se a reforma torna inviável a
ocupação do lugar, Oliveira sugere "colocar faixas, usar mala-direta e ligar para informar o
outro local de atendimento".
"Deve-se dizer também quando pretende reabrir", completa.
Deixar para anunciar o novo
endereço após a mudança é um
erro, afirma Gendra. "É melhor
permanecer o mais próximo
possível do local original", diz.
Outra recomendação é não
zerar o caixa no processo de
mudança, pois será preciso ter
uma reserva para agüentar
uma possível baixa na clientela.
Tipos de negócio
As conseqüências geradas
pelo fechamento temporário
variam conforme a atividade.
Quem vende para empresas,
o chamado B2B ("business to
business"), pode enfrentar menos dificuldades numa eventual mudança ou reforma.
Nesses casos, os compradores são mais racionais, com menos espaço para compras por
impulso. É importante, então,
deixar claro o novo local e fornecer um contato para vendas.
Já quem vende ao consumidor final tem de avaliar o aspecto "psicológico" da mudança.
"Os clientes são emocionais e
impulsivos. Por isso uma série
de variáveis deve ser analisada,
como, por exemplo, o tipo de
transporte que o consumidor
usa para chegar ao seu estabelecimento", expõe Gendra.
Nesse caso, é importante conhecer bem o perfil do cliente.
"Varejistas e prestadores de
serviço, que dependem muito
do ponto-de-venda, são mais
afetados. Para eles, um mês [de
reformas] é considerado tempo
longo", pontua Oliveira.
(FG)
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