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PAPÉIS EM ORDEM
Gestão de contratos diminui os riscos e traz oportunidades
Contabilizar os documentos da empresa e avaliar os mais importantes é passo inicial para se organizar
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Fernando Albuquerque Lins, da BMK, que está ordenando contratos de fornecedores e clientes
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A gestão dos contratos da
empresa requer mais do que
simplesmente assinar papéis.
Cuidar desses documentos
pede uma mudança na cultura
administrativa da companhia.
A falta do hábito de contabilizar, organizar e acompanhar
os contratos -que incluem
desde a aquisição de serviço
de telefonia até a compra e a
venda de produtos- pode
aumentar os riscos e as perdas
nas firmas.
"Existem casos de empresas
que pagam duas vezes a mesma
conta. Outras, com prazos perdidos, deixam a firma descoberta de seguro", assinala Walter Freitas, diretor-executivo
da ANGC (Associação Nacional
de Gestão de Contratos).
A associação fez uma pesquisa em outubro com 111 empresas sobre como elas fazem a
gestão de seus contratos (veja
mais sobre o estudo e sobre a
administração dos documentos ao lado).
A maior parte dos entrevistados disse ter dificuldade para
avaliar cláusulas específicas ou
identificar riscos em contratos.
Menos de 40% usam minutas
(formatos padronizados) para
confeccionar contratos -a média internacional é de 80%.
A ferramenta mais usada
pelas companhias na gestão
desse tipo de documento é a
planilha eletrônica.
"[Para empresas com] até 40
contratos, é possível administrar na planilha, mas, depois, é
melhor adotar um programa
específico", avalia Edileia Miranda, gerente de negócios da
Easy Drive, empresa que vende
serviços de gestão de contratos.
Chances e perdas
Para Freitas, um passo fundamental na hora de começar a
gerir seus contratos é saber
quantos eles são. "Desde a conta de telefone até o registro de
patente, todos devem entrar no
cálculo", explica.
Após definir o conjunto de
contratos, o empresário deve
selecionar os que são mais
importantes e exigem acompanhamento ou revisão.
Fernando Albuquerque Lins,
executivo da BMK, que presta
serviço de gráfica para bancos,
está ordenando contratos de
fornecedores e clientes.
"A grande dificuldade foi
achar os contratos e alinhá-los.
Identificamos contratos [de
compra] sem cláusulas detalhadas sobre os produtos e os
serviços. Temos fornecedores e
clientes muito grandes. Éramos os "mariscos" do processo,
apanhando dos dois lados."
A desorganização pode levar
a grandes riscos financeiros para as empresas. Metade das
firmas que responderam à pesquisa afirmou ter algum tipo de
terceirização sem contrato, o
que pode acarretar perdas na
Justiça do Trabalho.
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