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Quando um empresário levanta a hipótese de instalar uma atividade complementar dentro de uma já existente, a principal questão a ser respondida é se possui a vocação e a estrutura necessárias para manter a qualidade de ambos os negócios, dizem consultores.
Isso porque a possibilidade de perder o foco comercial, seja na empresa principal, seja na secundária, geralmente é grande.
"O fato de o empresário se dedicar demais, ou não, ao novo empreendimento pode desequilibrar toda a estrutura financeira já estabelecida", explica Paulo Ancona, 52, sócio da consultoria de negócios Vecchi & Ancona.
Para Eduardo Niccolo, 32, consultor de marketing do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), o serviço complementar deve ter, no mínimo, a mesma qualidade que a do negócio principal. Ou a tentativa de fidelização da clientela, com expectativas de aumento nos lucros, pode ser desastrosa.
"Se o consumidor que já está acostumado com o serviço principal experimenta a nova prática e não a aprova, a possibilidade de ele não mais voltar é grande", prevê o consultor Marcelo Cherto.

Demanda
Outra dica unânime é pesquisar se existe espaço para abrir um serviço extra na região. "Como em qualquer negócio antes de ser aberto, é fundamental conhecer a necessidade dos arredores e, principalmente, que tipo de concorrência vai enfrentar", diz Ancona.
Se o bairro estiver livre da alta concorrência e o empresário identificar uma necessidade comercial pelo novo serviço, nada impede que ele agregue valor ao seu negócio já existente.
Assim aconteceu com Augusta de Mello Bannitz, 50, proprietária de uma loja de cosméticos. Depois de dez anos atuando em uma clínica de estética, ela chegou à conclusão de que nem só cremes e produtos de beleza ajudavam na melhoria facial de suas clientes: imperfeições odontológicas atrapalhavam o resultado final, diz.
"Quando identifiquei que necessitava de um dentista para concluir todo o processo de embelezamento, não hesitei em reservar uma sala e contratar um profissional de confiança", conta Bannitz. "Hoje, pacientes do dentista procuram o meu serviço, e cerca de 40% de minhas clientes só se consultam aqui."


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