São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2008


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ESTRUTURA CARA

Quiosque é opção para diminuir custos

Gastos reduzidos são balanceados com espaços mais comprimidos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando Mariangela Blois, 43, decidiu abrir em um shopping a loja de roupas infantis que leva seu nome, ainda não tinha certeza de que o negócio seria rentável e, portanto, não estava disposta a assumir todos os custos necessários.
Decidiu-se por um modelo mais barato do que o de uma loja: abriu um quiosque no Shopping Pátio Paulista. Nesse modelo, gastos com aluguel e condomínio são menores.
Menor também era o espaço em que funcionava seu negócio -eram 4 m2 para ocupar com mostruário, estoque e dois funcionários. "A gente "vestia" o quiosque", brinca Blois.
O sucesso do empreendimento fez com que, um ano depois, a empresária se sentisse confiante para abrir uma loja.
Apesar do preço do condomínio, que considera alto, diz ser recompensada pelos confortos e pela segurança de ter quatro paredes e um teto.
A história de Blois é semelhante à de Cláudia Schemidt, 40, que, proprietária de um quiosque, resolveu abrir uma loja, com a qual calcula que vai ter três vezes mais gastos.
A diferença é que Schemidt, dona do Gipsy Queen (que vende artigos orientais, como roupas indianas) vai manter o quiosque funcionando.
"Na loja, consigo ter melhor visualização dos meus produtos e expor artigos maiores."
Mas não abre mão de algumas vantagens do quiosque, como o ambiente mais informal. "Atrai as pessoas que ficam acanhadas ao entrarem em uma loja ou que estão com pressa", afirma.

Na planta
O primeiro passo para abrir um negócio em um shopping -seja o modelo de quiosque, seja uma loja- é uma boa negociação, sugere Marcos Hirai, diretor de pontos comerciais do Grupo Cherto.
Com o diálogo, pode ser possível escolher um bom ponto e ter abatimento nos custos de aluguel e de condomínio, por exemplo. "Mas não é tarefa para amadores", frisa.
Além de negociar bem, para João Paulo Lara de Siqueira, professor de pesquisa de mercado na Trevisan Escola de Negócios, é importante o empresário ter cuidado ao escolher o shopping em que vai abrir a loja.
Esse cuidado deve ser ainda maior se o shopping em questão ainda está na planta. "Pode haver mudança de público ou de enfoque, e as multas de contrato podem sair caras", diz.
Hirai completa sugerindo que, no caso de o shopping ser um fracasso comercial, o empresário tem seu espaço desvalorizado. "É como uma loteria, uma bolsa de valores", afirma.
Para ele, porém, há também vantagens ao escolher abrir um negócio em um shopping ainda em construção. "O empresário tem mais liberdade para escolher o ponto e para parcelar o valor da luva, e os preços são menores", diz.


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