São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2006 |
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10 Soluções Levantamento exclusivo do Sebrae com 2,5 milhões de empreendedores aponta as maiores dúvidas deles na condução de seus negócios
ANDRESSA ROVANI Abertura
A saga já é conhecida dos empreendedores, mesmo dos
de primeira viagem: a burocracia emperra o caminho de quem quer ver portas se abrindo rapidamente. Por isso conhecer o
processo de legalização e
reservar um prazo que vai
de 90 a 170 dias antes de
abrir a firma é o ideal para
não ter dores de cabeça.
Os empreendedores que
chegam ao Sebrae em busca de informações sobre o
processo de legalização,
porém, ainda não traçaram as estratégias básicas
para o sucesso do negócio,
informa Antonio Carlos de
Matos, do Sebrae. "As pessoas têm muitas dúvidas
com relação ao primeiro
passo a dar, mas essa deveria ser a última das preocupações. O mais importante é saber se o negócio é
viável ou não, avaliando
seu perfil e o mercado em
que deseja atuar", diz.
Saiba mais: www.dnrc.gov.br ou www.jucesp.sp.gov.br Planejamento
Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas
Empresas), 29%
das empresas criadas entre 2004 e 2005 deixaram
de existir antes do primeiro ano de vida. Um dos vilões é a falta de planejamento da firma. "Um plano de negócios bem elaborado aproxima os futuros
gestores da realidade do
mercado em que vão trabalhar", diz Renato Cotta
de Mello, professor do Instituto Coppead de Administração. Para isso, o plano deve envolver análise
de mercado consumidor e
concorrentes. Com a empresa funcionando, ele será referência ao cruzar resultados alcançados com
estimativas, apontando os
ajustes necessários.
Saiba mais: www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/planodenegocio.asp Fluxo de caixa
No dia-a-dia do
negócio, administrar o que entra e
sai da máquina registradora exige
bons cálculos e planejamento. "É preciso fazer
previsão do fluxo de caixa
para, no mínimo, os 12 meses seguintes, considerando cenários realistas e
conservadores", aconselha José Paulo Carelli,
professor do ISE (Instituto Superior da Empresa).
"Com uma boa previsão, o
empresário sabe em que
momento terá mais dificuldade de gerir", analisa.
Um erro comum é confundir pró-labore com lucro. O primeiro representa
o "salário" do empresário
e deve ser considerado,
portanto, uma despesa
operacional.
Saiba mais: www.microsoft.com/brasil/pequenasempresas/issues/running/finances/cashflow.mspx Estoque
Se sobra, é dinheiro parado; se
falta, é dinheiro
perdido. Para
acertar no controle do estoque e garantir
abastecimento na medida
certa é preciso atuar em
várias frentes: conhecer a
sazonalidade do negócio e
os custos de falta e de excesso de cada produto,
além de medir indicadores
como demanda e cobertura de estoque. Assim,
aponta Peter Wanke, do
Coppead, "é possível pedir
pequenas quantidades
com muita freqüência ou
grandes quantidades com
pequena freqüência". Para
tanto, é preciso analisar os
custos de falta e excesso e
desenvolver sistemas informatizados.
Saiba mais: www.sebraesp.com.br//principal/melhorando%20seu%20negócio/orientações/finanças/ procctrl/controleestoque.aspx Preço
Estabelecer, para produto ou serviço, um valor de
venda que atenda
tanto aos interesses de quem compra como
aos de quem vende é um
dos grandes desafios do
varejo. Para Alfredo Teodoro Reis, professor de
contabilidade da BBS
(Brazilian Business
School), ao determinar os
preços, é necessário estar
sempre alerta aos altos e
baixos da empresa, "ver
ificando a margem de lucro e antecipando-se em
relação ao que mercado e
consumidor querem".
Conhecer as variáveis
que interferem no valor de
venda é importante, mas
não é a principal determinante: acima disso está a
identificação do "valor
percebido" pelo consumidor. E, aqui, a regra é simples: "Manter-se competitivo num pequeno negócio, às vezes, é um sofrimento. A dica é ter produto ou serviço fora do lugar
comum", explica Reis.
Saiba mais: www.sebrae.com.br/br/parasua empresa/formacaodeprecos-964.asp Clientes
"O empresário
deve saber que,
para reter e fidelizar o cliente, ele
não tem só que
atendê-lo, mas entendê-lo", ensina a professora de
marketing de relacionamento da ESPM (Escola
Superior de Propaganda e
Marketing) Denise von
Poser. Segundo ela, para
entender é preciso que o
empresário aumente o
contato com o consumidor e estabeleça regras
uníssonas para que todos
os funcionários tratem-no
da mesma forma.
"As relações de consumo são emocionais. O
cliente não quer saber
quanto custa, mas quanto
vale", diz ela. Mas, se a ida
dele à loja for para reclamar, Poser ensina a compreender o que provocou o
descontentamento e a segmentar o cliente: "Há os
que reclamam com razão e
os que reclamam por razões [sem motivo]. Esqueça o segundo e resolva os
problemas do primeiro".
Saiba mais: www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/pensenosclientes.asp Pesquisa
A pesquisa é um
tipo de diagnóstico técnico, como
os exames médicos. A definição é
de Fábio Mariano, sócio-diretor da InSearch. Para
ele, é "cilada pensar que
pesquisa é listar perguntas
para clientes".
"Diagnóstico errado leva a decisões erradas." Por
isso é preciso saber que há
diferentes momentos para
apostar em pesquisa. Para
empreendedores, os mais
comuns são: definição de
local, diferenciais do negócio e perfil do cliente.
"A pesquisa é importante para entender o consumidor, mas o dinheiro é
curto. A dica é priorizar:
pesquisa é importante,
mas não é o principal."
Saiba mais: www.desenvolvimento.gov.br/sitio/sdp/proAcao/proBraEmpreendedor Divulgação
Antes de investir em divulgação,
o empreendedor
precisa pôr na
ponta do
lápis um cálculo aparentemente simples: quantas
vendas são necessárias
para pagar o anúncio.
É possível -e recomendável- aproveitar oportunidades que estão ao alcance da firme sem tirar a
mão do bolso, como colocar adesivos no veículo de
entrega, investir em uniformes ou melhorar o site.
Para quem vai apostar
em um canal de divulgação
de maior fôlego, a sugestão
dos especialistas é avaliar
o trabalho de agências, que
conhecem o mercado e podem alavancar a idéia do
empresário. Por fim, devem-se incluir os fornecedores nas campanhas.
Saiba mais: www.centrocape.org.br Funcionários
Não tem erro: ao
formar sua equipe
de funcionários,
toda empresa, independentemente
do porte, deve se submeter
à legislação trabalhista
brasileira.
Isso significa que a relação de trabalho estabelecida entre proprietário e
empregado deve ser formal, com remuneração e
benefícios mínimos e carteira de trabalho assinada.
Mas há, por exemplo,
empresas que trabalham
com grande sazonalidade,
como o setor de turismo,
ou que requerem reforço
em datas comemorativas.
Como fica a mão-de-obra?
"A saída é o contrato temporário", diz Antonio Carlos de Matos, do Sebrae.
Saiba mais: www.sebraesp.com.br/principal/conhecendo a mpe/estudostemáticos/qtao-trabalhista-mpes.aspx# Gestão de RH
Em São
Paulo existem 1,3 milhão de micro e pequenas empresas
formalizadas, que empregam de 5 a 6 milhões de
pessoas (67% do pessoal
ocupado). A gestão de pessoal, porém, não é o forte
delas. Cada pequena firma
gera, em média, 4,3 postos
de trabalho (incluindo familiares e sócios).
"Quando há problemas
de relacionamento com
funcionários, o erro é de
personalidade do dono: ele
deveria trabalhar para o
negócio, não no negócio",
diz Antonio Carlos de Matos, do Sebrae. Ele recomenda que o empresário
monte um processo organizacional, explicando claramente o que quer dos
trabalhadores e destacando o quanto eles precisarão ser treinados.
E alerta: "Com a Lei Geral [das microempresas,
sancionada neste mês],
deve haver mudanças a
partir de junho".
Saiba mais: www.telecentros.desenvolvimento.gov.br Próximo Texto: Notas Índice |
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