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New York Times

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Lente

Fuçadores do mundo, uni-vos

O movimento "faça você mesmo" não é novidade para quem cresceu em áreas rurais e aprendeu a fabricar e/ou consertar coisas -tratores, silos, encanamentos, balanços- por necessidade. Mas, com a adesão de urbanos descolados a essa tendência, surgiram problemas decorrentes de onde colocar uma bancada para serra, um torno e uma solda em um apartamento de 80m2.

Yair Silbermintz, que mora em Fair Lawn (Nova Jersey), descobriu o MakerBar, uma antiga fábrica na vizinha Hoboken. O galpão está cheio de bancadas e de prateleiras metálicas, repletas de suprimentos e de ferramentas como uma furadeira fixa e uma impressora 3D, noticiou o "New York Times".

"Entrei e pensei: 'Ah, eles têm isso; ah, eles têm aquilo'", disse Silbermintz. "Finalmente tenho a capacidade de fazer as coisas que eu quero."

Espaços como o MakerBar, onde fuçadores em geral se reúnem para montar ou desmontar coisas, começaram a surgir em lugares como San Francisco e Brooklyn, onde os espaços residenciais são limitados. As cerca de 200 oficinas coletivas dos EUA são um substituto para as oficinas domésticas.

"A versão da bricolagem na década de 1950 era fazer a coisa na sua garagem", disse ao "Times" Dale Dougherty, criador da revista "Make" e dos populares eventos chamados Maker Faires. "Às vezes, essas oficinas coletivas não são muito maiores do que uma garagem. Mas as pessoas não conseguem organizar suas próprias casas em uma oficina."

Para quem se interessa em fazer coisas grandes, como móveis ou equipamentos de playground, há o acampamento Heavy Metal, de Jack Sanders, que dura três dias em um sítio de 20 mil m2 perto de Austin (Texas).

Num recente fim de semana, cinco pessoas aprendiam a pregar tachas em peças metálicas e a preparar furos, além de conhecerem termos técnicos da soldagem, como "inclusões" (pedaços de escória que formam terríveis bolhas na solda) e "têmpera" (mergulhar um objeto quente na água).

E Sanders tem algumas regras básicas. "Nunca entre em pânico", diz ele. "Isso é bastante importante. Fagulhas estão voando. As pessoas entram em apuros por reagirem exageradamente às fagulhas". Ele acrescentou: "As coisas acontecem logo depois da sua zona de conforto. E logo depois disso há lesões ou a morte".

Os participantes levaram para casa criações como um cabideiro de metal, um banco de cedro e uma mesa de bar.

Sylvia Todd prefere fuçar em robozinhos, e a mesa da sua sala, em Auburn (Califórnia), está cheia deles, incluindo um gafanhoto movido a energia solar. Seu espaço de trabalho está atulhado de motores, fios, uma máquina de solda e outros utensílios, contou o "Times".

O programa de bricolagem que ela produz com seu pai, "Sylvia's Super-Awesome Maker Show", já foi visto mais de 1,5 milhão de vezes no YouTube, e ela é procurada para dar palestras.

Em meados de abril, Todd ganhou uma medalha de prata em uma competição internacional de mecatrônica, e depois foi à Feira de Ciências da Casa Branca, onde o presidente, Barack Obama, testou seu projeto, um robô pintor.

E ela ainda não tem nem 12 anos.

Ela contraiu o germe da bricolagem aos 5 anos, quando foi levada pelo pai a uma Maker Faire na Califórnia.

"Desde bem pequena eu gostava de destruir coisas", afirmou ela ao "Times". "Sempre me interessei em fazer as coisas com a mão na massa."

TOM BRADY


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