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New York Times

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Blockbusters americanos perdem espaço na China

Por MICHAEL CIEPLY

LOS ANGELES - A estratégia global de negócios de Hollywood, que conta com enormes vendas de ingressos na China para fantasias de alto orçamento em 3D e formatos de telas grandes Imax, está sendo desarticulada.

No ano passado, ajudados por um acordo que expandiu o número de filmes estrangeiros lançados aqui, os "arrasa-quarteirões" americanos como "Missão Impossível - Protocolo Fantasma" lideraram as bilheterias chinesas durante 23 semanas seguidas e receberam da China uma parcela desproporcionalmente grande de suas receitas de ingressos.

Outros grandes lançamentos estavam a caminho, e os estúdios esperavam faturar muito na China, o segundo maior mercado de cinema do mundo. Mas a demanda diminuiu inesperadamente.

No primeiro trimestre do ano, a venda de ingressos para filmes dos EUA, incluindo obras de destaque como "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" e "007 - Operação Skyfall", caíram 65% na China, para cerca de US$ 200 milhões, enquanto as vendas para filmes em chinês subiram 128%, atingindo mais de US$ 500 milhões, segundo o site Chinafilmbiz.com.

Uma série de filmes chineses, incluindo as comédias "Perdidos na Tailândia" (semelhante a "A Ressaca Parte 2") e "Encontrando o Sr. Certinho" (a resposta chinesa a "Sintonia de Amor"), desbancaram produções americanas caras como "O Hobbit" e "Jack - O Matador de Gigantes" nas telas chinesas.

A abrupta mudança para os favoritos locais pode ter algo a ver com manipulação do mercado. Enquanto os filmes americanos ganhavam força na China no ano passado, as autoridades alarmadas impuseram um blecaute incomum que manteve a maioria dos filmes estrangeiros fora dos cinemas durante o verão.

Elas também obrigaram "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge" e "O Incrível Homem-Aranha" a concorrerem diretamente, e prometeram pagar aos donos de cinemas um bônus anual se suas receitas de filmes nacionais se equipararem às de estrangeiros durante o ano. Mas muitos desconfiam de uma rápida evolução nos gostos do público chinês.

"Eles não querem ver coisas repetidas e iguais às antigas, os grandes sucessos de ação cheios de explosões", disse Rob Cain, que dirige o site Chinafilmbiz.com.

A mudança está ajudando filmes chineses como "Perdidos na Tailândia", que foi uma surpresa no ano passado quando faturou mais de US$ 200 milhões em ingressos na China.

Richard L. Gelfond, executivo-chefe da Imax Corporation, cujas salas na China passam filmes americanos e chineses, disse estar confiante em que "a China está se abrindo para Hollywood".

"Homem de Ferro 3" estreou na Chinaneste mês com um faturamento recorde em um dia de quase US$ 21 milhões.

Avaliar corretamente o mercado chinês é crucial para os grandes estúdios americanos, que apostaram no rápido crescimento das receitas lá para suportar os retornos relativamente estagnados nos Estados Unidos. No ano passado, as bilheterias chinesas faturaram cerca de US$ 2,7 bilhões. As vendas de ingressos lá deverão ultrapassar as dos EUA aproximadamente em 2018.

No início de 2012, disse Gelfond, os estúdios americanos se saíram bem na China em parte porque os filmes chineses não tinham grande atrativo. Mais tarde, ele comentou, as autoridades chinesas adiaram o lançamento de "Skyfall" e de "O Hobbit" até que esses filmes tivessem estreado em outros lugares, o que permitiu que os videopiratas prejudicassem a potencial audiência.

Cain disse que Hollywood terá de aceitar que o público chinês é imprevisível. Afinal, seus filmes preferidos em inglês recentemente incluem "A Viagem", que teve baixo faturamento nos EUA, e "A Vida de Pi", cujos temas espirituais parecem distantes dos princípios que conduzem a China.

Cain disse: "Eles querem ver filmes que os desafiem".


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