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New York Times

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Patrões garimpam dados para avaliar empregado

Por STEVE LOHR

É comum que os empregadores evitem contratar candidatos que pulam de emprego em emprego, ou que estão há muito tempo desempregados. O passado é um prenúncio, supõem as empresas. Mas os dados mostram que não é bem assim, e que o histórico de um candidato não indica resultados futuros.

Essa é uma das surpreendentes conclusões da chamada "ciência da força de trabalho", um novo campo de estudos que traz a análises de dados para a gestão de RH, a qual tradicionalmente se baseia na intuição e nas práticas estabelecidas para guiar contratações, promoções e planos de carreira.

Cada e-mail, mensagem instantânea e clique no mouse deixa um sinal digital. Esses padrões podem agora ser recolhidos e garimpados a baixo custo, fornecendo informações sobre como as pessoas trabalham e se comunicam e, potencialmente, abrindo portas para mais eficiência e inovação nas empresas.

A tecnologia digital também abre a possibilidade de avaliações de personalidade mais detalhadas e numerosas.

"O coração da ciência é a medição", disse Erik Brynjolfsson, diretor do Centro de Negócios Digitais da Escola de Administração Sloan, parte do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). "Estamos vendo uma revolução na medição, e ela vai revolucionar a economia organizacional e a economia pessoal."

A tecnologia de coleta de dados gera questionamentos acerca da vigilância sobre os trabalhadores. "O maior problema aqui é que todas essas métricas do local de trabalho estão sendo coletadas quando você, como trabalhador, está basicamente atrás de um espelho unidirecional", diz Marc Rotenberg, diretor-executivo do Centro de Informação da Privacidade Eletrônica. "Você não sabe quando os dados estão sendo coletados e como são usados."

As empresas veem a força de trabalho como um patrimônio valioso. Em dezembro passado, a IBM concluiu a aquisição, por US$ 1,3 bilhão, da Kenexa, uma empresa de recrutamento, contratação e treinamento que pesquisa e avalia 40 milhões de candidatos a empregos, trabalhadores e gestores por ano.

Tim Geisert, diretor de marketing da unidade da IBM encarregada da Kenexa, observou que, tradicionalmente, se supunha que ser extrovertido seria um traço definidor de um bom vendedor, mas suas pesquisas mostram que as características mais importantes para o sucesso nas vendas são a persistência e a coragem emocional. Cientistas da Knack, uma startup do Vale do Silício, usam jogos de computador e uma constante mensuração para testar a inteligência emocional, habilidades cognitivas, memória e a propensão a assumir riscos.

Durante anos, candidatos a empregos no Google foram avaliados segundo seu desempenho escolar. Mas esses fatores não previam o sucesso, segundo Prasad Setty, vice-presidente de análise de pessoal da empresa.

O Google concluiu que os trabalhadores mais inovadores -e também os "mais felizes", conforme sua definição- são os que têm um forte senso de missão a respeito do seu trabalho e que também sentem ter muita autonomia pessoal.

Neil Rae, da Transcom, operadora global de "call centers", ficou impressionado com um projeto do ano passado com a Evolv, uma startup de San Francisco que usa dados científicos para assessorar empresas. Com isso, disse ele, existe a expectativa de cortar custos e melhorar os serviços, com menos rotatividade de empregados. "Isso torna a contratação mais científica e menos subjetiva", disse ele.


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