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New York Times

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Filme busca reanimar franquia

Por DAVE ITZKOFF

BURBANK, Califórnia - Em uma sala de edição pouco iluminada da Warner Brothers, Zack Snyder explicou sua filosofia sobre o personagem totêmico que possivelmente deu origem a todas as séries de fantasia nos últimos 75 anos: o Super-Homem.

Por muito tempo, segundo ele, as interpretações modernas desse super-herói da DC Comics buscaram contornar o que era visto como uma origem ultrapassada.

Ou seja, houve tentativas de esconder o personagem em acessórios contemporâneos em vez de abraçar uma mitologia essencial que, segundo Snyder, é à prova de balas.

Snyder é o diretor de "O Homem de Aço", um novo filme do Super-Homem que a Warner Brothers lançará em todo o mundo a partir de meados de junho.

"Quando eles o colocam vestindo jeans e camiseta ou uma jaqueta de couro com um S, eu digo: 'O quê? Gente, tudo bem. É o Super-Homem. Ele é o rei. Todos vocês deveriam lhe fazer reverências'."

O que seu filme tenta fazer, disse o diretor, é "respeitar o S".

Deborah Snyder, mulher de Snyder e sua sócia na produção, interrompe e faz uma correção sobre um detalhe fundamental que eles atualizaram para "O Homem de Aço".

"Não é um S", disse ela. "É um símbolo de esperança."

A esperança é uma qualidade a qual Snyder, que também dirigiu adaptações de histórias em quadrinhos como "Watchmen" e "300", apega-se enquanto eles terminam o trabalho em "O Homem de Aço", que levou mais de dois anos para ser concluído e custou US$ 175 milhões.

Sim, "O Homem de Aço" é o último esforço para tentar rejuvenescer uma franquia da cultura pop de várias décadas e para renovar tanto a fortuna da Warner Brothers quanto a carreira de Snyder.

Esse esforço está sendo feito a partir de um personagem que se mostrou particularmente imune às tentativas de torná-lo mais popular. O público parece querer vê-lo com os pés no chão, mas, ao mesmo tempo, quer acreditar que ele é capaz de voar.

É estranho que o Super-Homem, o sorridente híbrido de Moisés e Jesus que introduziu a era dos quadrinhos de super-heróis, tenha de lutar nos multiplex em uma época em que todos os outros filmes de estúdio parecem apresentar um homem com uma capa, uma máscara com orelhas pontudas ou uma roupa de ferro "high-tech".

As qualidades que tornaram o Super-Homem atemporal não o fizeram necessariamente relevante para essa época em particular, mas foi esse paradoxo que deixou Snyder ávido para abordá-lo em "O Homem de Aço".

"Ele é realmente uma contradição mitológica bacana", disse Snyder.

"Ele é familiar para a cultura americana ao mesmo tempo que é alienígena, exótico e bizarro. Porém, tudo isso maravilhosamente bem entrelaçado."

Seu filme é estrelado por Henry Cavill, de "Os Tudor", como Kal-El, um sobrevivente do planeta Krypton que na Terra se torna o campeão fantasiado Super-Homem, mas se disfarça como o muito humano Clark Kent.

"O Homem de Aço" retém elementos tradicionais, como a tensão do Super-Homem entre seu pai natural kryptoniano, Jor-El (Russell Crowe), e seu pai adotivo na Terra, Jonathan Kent (Kevin Costner), e sua atração pela repórter do "Planeta Diário" Lois Lane (Amy Adams), eternamente em perigo.

O filme também enfatiza o mundo de Krypton antes de sua aniquilação -um planeta árido e utilitário, com tecnologia sofisticada embora totalmente repulsiva- e a traição do vilão kryptoniano Zod (Michael Shannon), que descobre Kal-El na Terra.

O resultado é uma visão de ficção científica nada apologética do Super-Homem. Embora isso possa abalar as expectativas do público de um realismo puro em "O Homem de Aço", Snyder disse que a abordagem estava embutida no DNA do personagem.

"Se você o seguir logicamente e tentar compreendê-lo, você acaba com uma solução de ficção científica", disse.

Foi a mesma conclusão a qual chegaram Christopher Nolan e o roteirista David S. Goyer quando conceberam inicialmente "O Homem de Aço".

Goyer disse que nunca sentiu muita conexão com seu herói.

Mas seu pensamento mudou quando examinou o Super-Homem em sua primeira encarnação, escrita e ilustrada por Jerry Siegel e Joe Shuster no final da década de 1930.

Ali estava um personagem cuja mitologia fundamental continuava em fluxo, cuja qualidade mais transformadora aparentemente não havia sido aproveitada.

"Se ele realmente é um alienígena, sua existência por si só já é o maior evento da história da humanidade."


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