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New York Times

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Produtores de uísque cortejam judeus

Por ROBERT SIMONSON

Quando, no ano passado, os patrocinadores da WhiskyFest, em Nova York, mudaram o festival de degustação de terça para sexta e sábado, muitas pessoas que eram presença regular no evento não puderam comparecer.

Foi proposta uma versão alternativa: um evento de uma noite apenas, realizado na véspera da WhiskyFest. Apesar do pouco tempo para divulgar o novo evento, cerca de 250 pessoas compareceram ao local improvável indicado, em Manhattan: a Sinagoga Institucional West Side.

Os aficionados do uísque eram judeus que não puderam participar do evento maior pelo fato de respeitarem o sábado judaico.

Para não deixar dúvida quanto ao objetivo da degustação especial, a Jewish Whisky Company, que a promoveu, intitulou o evento Whisky Jewbilee ("judeubileu" do uísque).

Não é de hoje que o setor varejista reconhece os judeus como clientes valiosos. "Os homens judeus se mostram muito interessados na seleção de uísques para casamentos, bar-mitzvás ou bat-mitzvás", declarou Jonathan Goldstein, da Park Avenue Liquor Shop, em Manhattan. "Com frequência, compram uma garrafa para presentear amigos ou parentes."

Parte da atração é o fato de que a maioria dos uísques é naturalmente kosher. Já o vinho, graças a sua longa ligação com a tradição judaica, precisa obedecer a muitos regulamentos para conquistar um "hechsher", símbolo da certificação kosher.

Mesmo assim, produtores escoceses como Glenrothes, Glenmorangie, Ardbeg, Bowmore e Auchentoshan vêm cortejando os consumidores judeus e obtendo certificação kosher oficial para certos produtos.

Os produtores de bourbon têm menos razões para se preocupar, porque sua bebida precisa, pela lei, ser envelhecida em barris novos. Já o uso de antigos barris de vinho na produção de uísque por algumas destilarias preocupa consumidores judeus.

A destilaria Buffalo Trace, do Kentucky, recentemente pediu ajuda ao Conselho Rabínico de Chicago para produzir mais de mil barris de três variedades de uísque, todos com certificação kosher.

"Agora temos muitos uísques que sabemos serem kosher", alegrou-se o rabino Aaron Raskin, da congregação B'nai Avraham, no Brooklyn. Seu uísque preferido é o esfumado Laphroaig, de malte único de Islay. "Isso intensifica nossa alegria e favorece o comparecimento de fiéis às sinagogas."

A extensão em que uma congregação adere ou não ao uísque pode variar. "Tudo depende do rabino em quem você confia", opinou o rabino Arian. Alguns se contentam com os uísques que são kosher por natureza, outros preferem contar com a garantia extra do "hechsher". Para alguns consumidores, o envelhecimento do uísque em barris de vinho desqualifica uma garrafa, outros não se preocupam com a distinção.

O Whisky Jewbilee será realizado novamente neste outono, num local maior. "Há algumas destilarias com as quais não entramos em contato no outono passado", disse Jason Johnstone-Yellin, um dos fundadores da Jewish Whisky Company. "Eles pediram para participar. São pessoas inteligentes. Sabem quem não vai estar diante de suas mesas nas noites de sexta e sábado."


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