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New York Times

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Microcervejaria prospera no Líbano

Por NATHAN DEUEL

Esqueça a ideia de que a religião ou a guerra impediriam o sucesso de uma cervejaria libanesa.

É verdade que muitos muçulmanos são abstêmios, mas muita gente no Oriente Médio adora beber, especialmente no Líbano, onde a pluralidade religiosa inclui uma próspera população cristã. Além disso, as pessoas recorrem ao álcool em tempos difíceis, disse Mazen Hajjar, fundador da 961 Beer, uma raríssima microcervejaria do Oriente Médio.

O problema, segundo Hajjar, é que há 80 anos o Líbano "bebe cervejas leves e efervescentes". "Eu queria produzir uma cerveja de verdade." Sua empresa produz uma bebida que foi eleita no ano passado a melhor lager no Prêmio Internacional da Cerveja de Hong Kong. Outros produtos incluem uma red ale, uma pale ale, uma stout, uma witbier e, a partir deste verão boreal, uma India pale ale.

A empresa vendeu o equivalente a 200 mil engradados no ano passado e tem a expectativa de deixar de ser deficitária neste ano.

Não é pouca coisa, levando-se em conta que a 961 começou depois da guerra de 2006 entre Líbano e Israel, que a economia ainda não se recuperou completamente da guerra civil de 15 anos que terminou em 1990 e que agora o conflito na Síria está transbordando para o Líbano.

"É notável que Mazen tenha sido capaz de montar um negócio naquele caos", disse Steve Hindy, ex-correspondente da Associated Press em Beirute e também fundador de uma cervejaria.

Hajjar teve a ideia de criar a 961 em 2005, após conhecer por acaso Henrik Haagen, empresário dinamarquês de férias em Beirute. Na cozinha do seu apartamento em Beirute, às vezes com mísseis caindo nos arredores, Hajjar começou a fabricar baldes de cerveja. As primeiras levas eram terríveis -um chorume verde e gasoso, segundo ele. Mas ele continuou tentando melhorar.

Hajjar e Haagen criaram uma microcervejaria, montando um pequeno espaço fora da cidade. Depois a empresa alugou um espaço para um pub, que se chamaria 961 Beer, em alusão ao código telefônico internacional do Líbano. Os funcionários mantinham um ritmo frenético tocando os dois negócios. "Era uma loucura", disse Hajjar. "Simplesmente não dava para continuar desse jeito."

Em 2009, Hajjar decidiu fechar até encontrar uma maneira de acompanhar a demanda. Nessa fase, Hajjar, Haagen e Thomas Norberg, ex-empresário hoteleiro, captaram dinheiro para se expandir. Uma nova cervejaria foi inaugurada em 2011.

Resta um problema fundamental: o alto custo de operar no Líbano. Os ingredientes precisam ser importados. A empresa também precisa comprar energia e água no Líbano, onde os preços dos serviços públicos são extremamente altos. As cervejas da fábrica estão disponíveis em países como EUA, Reino Unido, França, Espanha, Síria, Gana e Austrália.

"Nos EUA, há muita gente importando grãos e lúpulo", disse Hindy, dono da Brooklyn Brewery. "Você é capaz de se beneficiar da economia de escala." "Já no Líbano", disse ele, "Mazen está sozinho".


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