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New York Times

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Castanheira americana é "recriada"

Grupos desenvolvem árvores resistentes à praga de fungos

Por MICHAEL WINES

FORCE, Pensilvânia - Após décadas de pesquisa, dois grupos parecem ter chegado, de forma independente, perto do mesmo "milagre" botânico: criar uma castanheira norte-americana capaz de suportar a praga de fungo que eliminou bilhões de árvores na primeira metade do século 20.

Em 12 hectares de Force, na região rural da Pensilvânia, mil mudas de castanheiras potencialmente resistentes à praga foram plantadas em maio pela Fundação Castanheira Americana.

Os brotos, híbridos de plantas chinesas e americanas, estão entre as 14 mil castanheiras que serão plantadas sobre áreas recuperadas de minas a céu aberto nos montes Apalaches até o fim de 2014.

No Colégio de Ciência Ambiental e Florestamento da Universidade Estadual de Nova York em Syracuse, William A. Powell e seu colega geneticista Charles A. Maynard preparam novos testes de uma castanheira que foi modificada com um gene do trigo.

A árvore se saiu bem nos primeiros testes. Com a aprovação do Departamento de Agricultura dos EUA, um teste de campo controlado será realizado no início deste outono americano.

A castanheira, de rápido crescimento, era uma das árvores mais altas das florestas do leste dos EUA, com troncos que podiam alcançar 15 metros antes dos primeiros ramos.

Susan Freinkel, autora do livro "American Chestnut: The Life, Death and Rebirth of a Perfect Tree" [Castanheira norte-americana: Vida, morte e renascimento de uma árvore perfeita], disse que as muitas utilidades da castanheira -como a madeira, o tanino e as nozes- a tornavam uma "grande provedora" da Louisiana ao Maine.

A praga chegou a Nova York em um navio que transportava castanheiras da Ásia. Esforços intensos para encontrar um híbrido resistente à doença começaram nos anos 1930, mas virtualmente todas as árvores norte-americanas originais estavam mortas na década de 1950.

A Fundação Castanheira Americana passou mais de 30 anos tentando misturar a resistência a fungos das castanheiras chinesas com a graça e a resistência das norte-americanas.

Hoje, com dois grupos de pesquisa próximos de descobertas importantes, Bryan Burhans, presidente da Fundação Castanheira, está cautelosamente otimista. "A situação é promissora", disse ele.

Há bons motivos para se acreditar que a principal questão hoje sobre o renascimento das castanheiras não é mais se ocorrerá, mas quando.

As duas novas castanheiras norte-americanas tomam caminhos muito diferentes em direção ao combate ao fungo parasítico.

O fungo mata ao produzir ácido oxálico, substância química poderosa. As novas árvores híbridas resistem ao fungo como suas primas chinesas, essencialmente construindo um muro em torno do fungo antes que ele consiga secretar ácido suficiente para rodear a árvore. As castanheiras geneticamente modificadas usam uma abordagem diferente: seu gene de trigo fabrica uma enzima que torna o ácido inofensivo.

O momento coincidente dos dois grupos é maravilhoso, diz o doutor Maynard.

"Buscamos soluções há 20 anos", diz. "É incrível que tenhamos chegado a duas quase ao mesmo tempo."


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