Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

New York Times

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ciência invade Vila Sésamo

Por ELIZABETH JENSEN

Em "Vila Sésamo", uma vaca sofre de um grande problema. Conseguiu subir ao andar de cima de um salão de beleza, mas agora está presa. Vacas são capazes de subir escadas, ela se lamenta, mas não de descê-las.

É aí que entra o Super Grover 2.0: de sua "meia de utilidades", ele tira uma imensa rampa, ou, como a vaca diz alegremente antes de descer para o pavimento inferior, "uma superfície inclinada que conduz de cima para baixo".

ABC e 123? Isso é coisa do passado. Nos últimos quatro anos, "Vila Sésamo" se propôs uma meta muito mais ambiciosa: ensinar natureza, matemática, ciência e conceitos de engenharia, bem como métodos de solução de problemas, para sua audiência de crianças em idade pré-escolar. Entre os tópicos comentados, estão o funcionamento de uma polia e como investigar a causa dos espirros do Sr. Funga-Funga.

O conteúdo vem envolto no tradicional absurdo do programa: os personagens continuam a ser Muppets, afinal. Mas a programação mais sofisticada propõe uma questão: existe alguma prova de que isso esteja fazendo mais efeito que simplesmente o de causar bem-estar entre os pais dos espectadores?

Executivos da Sesame Workshop, organização educacional sem fins lucrativos que produz o programa, dizem que a nova abordagem está tendo sucesso em apresentar ideias e métodos científicos às crianças.

"A ideia está funcionando", diz Rosemarie Truglio, vice-presidente de currículo e conteúdo na organização.

Mas ela e seus colegas reconhecem que existem obstáculos para medir a compreensão científica entre as crianças.

Cada nova temporada de "Vila Sésamo" começa com um currículo, preparado por consultores educacionais e por uma equipe de pesquisa para delinear os conceitos e ideias que devem ser ensinados. Os roteiristas do programa incorporam esse material às histórias encenadas pelos muito amados Muppets. O currículo científico foi adotado em 2009 como parte de uma nova programação que tenta aproveitar melhor o interesse natural das crianças pelo mundo que as cerca.

Como parte dessa nova orientação, o programa começou a incluir segmentos estrelados pelo "Super Grover 2.0". Muppet azul conhecido por seu jeitão confiante de fazer tudo errado, Grover usa ímãs, molas e seu "superpoder" de investigação, observação e relato para resolver problemas por tentativa e erro. Antes de decidir que a rampa é a melhor solução para a vaca aprisionada no piso superior, ele experimenta usar um trampolim, por exemplo.

Em outros segmentos do programa, Murray Monster conduz pequenas experiências em companhia de crianças, descobrindo qual é a melhor forma para uma ponte ou como os contornos de um barco o ajudam a flutuar. Na temporada passada, Elmo passou a estrelar um número musical diário com cenas de sua imaginação, que discretamente incorpora matemática (em "Guacamole", ele soma os abacates de duas árvores).

Embora as crianças possam aprender com o "Vila Sésamo", diversos educadores apontam que há limites para o que um programa de TV pode ensinar.

"As crianças são cientistas naturais", disse Kathy Conezio, professora de ciências no nível pré-escolar e desenvolvedora de currículos em Rochester, em Nova York, que assessora o "Vila Sésamo" quanto ao seu conteúdo científico. "A televisão oferece às crianças uma maneira de falar sobre suas explorações", acrescenta, "mas é melhor que um adulto as acompanhe em suas experiências".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página