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New York Times

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Defendendo a igualdade, esperando a hierarquia

Por MATTHEW HUTSON

As pessoas nunca dizem que querem ser gerentes administrativas quando crescerem. Alguns fundadores de empresas sonham em nunca contratar um gerente administrativo. Em 2002, o Google decidiu eliminar os gerentes de suas operações de engenharia. "Pensávamos: 'Quem precisa de gerentes? Eles não acrescentam nenhum valor'", contou Craig Silverstein, que foi diretor de tecnologia do Google.

O experimento do Google com um departamento de engenharia sem gerentes só durou alguns meses. "Percebemos que os gerentes realmente têm um papel a cumprir, resolvendo conflitos e dando soluções a dúvidas", disse Silverstein por e-mail. "Foi surpreendente ver engenheiros suplicando por mais pessoal administrativo."

Por mais que as pessoas falem mal da hierarquia, ela continua onipresente. Novas pesquisas apontam uma razão. Um artigo publicado no "Journal of Personality and Social Psychology" sugere que as hierarquias são uma estrutura à qual aderimos para nos trazer segurança em um mundo caótico.

Assinado por Adam Galinsky, da Columbia Business School, em Nova York, e vários colegas, o artigo trata da noção do controle compensatório: quando sentimos falta de controle pessoal, buscamos ordem em nosso ambiente.

Os pesquisadores descobriram que uma amostra on-line de americanos qualificou a igualdade como algo mais "natural" e "justo" do que a hierarquia. Mas a igualdade também foi vista como mais "caótica" que a hierarquia.

No entanto, quando se pediu aos participantes que lembrassem um tempo em que lhes faltou controle, eles expressaram um desejo maior por hierarquia no trabalho, endossando frases como: "Toda empresa precisa de um chefe que esteja no comando de todos".

Portanto, dizemos que a hierarquia é injusta, mas em nosso íntimo sentimos atração por ela, especialmente em tempos de incerteza. E há mais: a hierarquia tem uma finalidade. "Quando nos sentimos ameaçados como grupo, a presença da hierarquia pode nos ajudar a reagir à ameaça", disse Galinsky. "As Forças Armadas se baseiam nessa premissa."

As estruturas hierárquicas também funcionam bem para qualquer organização que dependa de procedimentos bem definidos. "É preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre a deferência e a contribuição", disse Galinsky. "Tudo se resume a um princípio simples: até que ponto é valiosa a contribuição e o ponto de vista de indivíduos com menos poder?"

Cada vez mais, as empresas estão louvando as estruturas. Mas mesmo empresas que supostamente rejeitam o valor da hierarquia possuem diferenciais de status e poder, sejam eles formais ou não.

Cameron Anderson, da Universidade da Califórnia em Berkeley, escreveu sobre as disfunções da hierarquia e encoraja os estudantes a buscar estruturas horizontais -mas não ao extremo. "Muitas vezes é útil ter pelo menos uma pessoa que cumpra o papel de líder", disse, "mesmo que o papel seja mais uma função coordenadora."


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