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New York Times

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Lente

Quebrando a barreira de gênero

Em um mês em que a Major League Baseball (Liga Principal de Beisebol) escolheu seu primeiro novo comissário em 22 anos, a notícia mais importante do beisebol nos Estados Unidos foi uma garota de 13 anos.

Mo'ne Davis, de Filadélfia, uma das únicas 18 garotas a já terem jogado na série mundial da Little League (liga mirim), tornou-se a primeira menina a vencer uma partida como lançadora quando seu time derrotou por 4-0 um time de meninos do Tennessee. Na partida seguinte, a demanda de ingressos para vê-la jogar já era tão grande que os organizadores do torneio, para controlar a multidão, decidiram distribuir alguns ingressos de graça. Os torcedores começaram a fazer fila às 7h30, os ingressos começaram a ser vendidos às 12h, e às 13h30 já estavam esgotados. A partida só começaria seis horas mais tarde.

Mais de 34 mil pessoas assistiram à partida. Mo'ne teve uma noite ruim e o time de Filadélfia perdeu, mas não teve importância. A garota chegou à capa da "Sports Illustrated". Ela chamou a atenção das pessoas e as fez abrir os olhos para as possibilidades. Menos de uma semana depois de ser nomeado o novo comissário, Rob Manfred foi indagado se uma mulher pode algum dia chegar a uma de suas ligas principais.

Ele respondeu: "Cinquenta anos atrás, as pessoas apresentariam uma lista comprida das coisas que as mulheres não podiam fazer, mas hoje as mulheres estão fazendo cada uma dessas coisas. Portanto, não vou apostar contra o gênero feminino."

Outro que não aposta contra as mulheres é Gregg Popovich, técnico do time San Antonio Spurs, que este ano venceu o campeonato da NBA pela quinta vez. Dez dias apenas antes da vitória de Mo'ne Davis na World Series, Popovich contratou uma nova técnica-assistente: Becky Hammon. Ela, que acaba de aposentar-se de uma carreira como uma das melhores jogadoras do feminino, torna-se assim a primeira mulher a exercer um cargo de técnica em tempo integral na liga masculina.

Jeré Longman, do NYT, falou em "mais um verão animador de conscientização e apreciação das atletas mulheres". Talvez Popovich não tivesse levado esse aspecto em conta. Quando anunciou a nomeação de Hammon, falou de sua inteligência no basquete e sua ética. Em momento algum mencionou seu sexo.

Mary Jo Kane, diretora do Centro Tucker de Pesquisas sobre Meninas e Mulheres no Esporte, na Universidade do Minnesota, disse: "Este é um momento de grande importância. Em vez de 'meu Deus, é um golpe publicitário ou de circo', a reação vem sendo 'valeu, Becky Hammon'."

Mas ainda restam muitas atitudes a ser mudadas, como bem sabe Michele A. Roberts. No início do verão ela lançou sua própria tentativa de inovar na NBA, candidatando-se a presidente do sindicato dos jogadores. Nunca uma mulher comandou um sindicato esportivo de importância maior nos EUA. Com frequência, é um cargo que envolve mediar disputas entre pessoas ricas e poderosas -em sua maioria homens. Como informou o NYT, ela não hesitou quando tentou persuadir os jogadores a contratá-la.

Disse a eles: "Meu passado está cheio dos ossos de homens que cometeram a tolice de achar que eu era alguém em cima de quem eles poderiam dormir".

Ela recebeu 32 dos 34 votos.

ALAN MATTINGLY

Envie comentários para nytweekly@nytimes.com


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