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Série de TV renova franquia 'Star Wars'

Por BROOKS BARNES

SAN FRANCISCO - Esqueça o novo filme "Star Wars". Na sede da Lucasfilm em San Francisco, as expectativas estão voltadas para um novo seriado animado para a TV.

"Star Wars Rebels" não representa apenas um retorno dramático às histórias que não constituem "prequelas" (pela primeira vez desde 1998), como também inaugura formalmente a era do estúdio com a Disney. Em suma, "Rebels" é a passarela que o "Episódio 7", de J.J. Abrams, vai usar no próximo ano em seu esforço para conquistas as bilheterias.

Mas ninguém sabe ao certo como os antigos fãs de "Star Wars" vão reagir ao seriado de TV, que será veiculado no canal Disney antes de passar para o Disney XD. George Lucas não estará mais envolvido, já que vendeu a Lucasfilm à Disney dois anos atrás por US$ 4 bilhões. Será que "Rebels" ficará bonitinho demais? Tipo Jedi Minnie e Obi-Wan Mickey?

Por essas e outras razões -por exemplo, "Rebels" é crucial para futuro do canal XD da Disney, que tem baixa audiência-, esse não é um seriado como outro qualquer. Para garantir a adesão dos fãs de "Star Wars", artistas que trabalham na Lucasfilm há anos deram ao desenho o som, a aparência e o clima do filme de 1977 que deu início a tudo.

O editor supervisor de som, Matthew Wood, veterano de 24 anos da Lucasfilm e indicado ao Oscar, incorporou efeitos do filme original: o zunzum metálico constante do sabre de luz de Luke Skywalker e o trepidar do navio da princesa Leia. Graças a uma busca obsessiva em arquivos, Joel Aron, o supervisor de efeitos visuais, descobriu uma maneira de conferir à animação computadorizada um visual de filme granuloso, semelhante ao "Star Wars" original.

"Muito analógico, muito anos 70", foi a descrição do diretor de arte Kilian Plunkett, conhecido por uma série animada anterior ("Star Wars: The Clone Wars"), dos cenários, cidades, naves e personagens de "Rebels".

Dave Filoni, que comandou "Clone Wars" e ajudou a criar "Rebels", se esforçou para conferir ao novo seriado as características que distinguiram o "Star Wars" original: os tons distintos de humor e tragédia, o ritmo singular, a iluminação retrô. Como disse Gary Marsh, presidente da Disney Channels Wordwide, "estávamos determinados a ecoar, temática e artisticamente, o que George Lucas fez 37 anos atrás".

Caso você precise de um Wookie para explicar melhor, a Disney está tentando conduzir a Lucasfilm de volta a seus tempos de glória e afastá-la das prequelas esmeradas -"A Ameaça Fantasma", "Ataque dos Clones" e "A Vingança dos Sith", nos cinemas, e "The Clone Wars" na televisão- que alguns fãs adoraram, outros odiaram e a maioria tolerou.

"Conheço muitos fãs que ficaram preocupados quando a Disney comprou a Lucasfilme", comentou Filoni. "Esperamos que 'Rebels' acabe com esses receios de uma vez por todas."

"Star Wars Rebels" começou a ser gestado na primavera americana de 2013, pouco tempo depois de a Disney ter adquirido a Lucasfilm. Fazer a franquia retornar à sua origem ajudaria a apresentá-la a uma nova geração. O filme de Abrams, igualmente fiel ao original, viria a seguir. "Continuidade" passou a ser a palavra de ordem. (Filoni comentou que George Lucas, pouco preocupado com o fato de suas histórias terem ficado confusas, lhe disse certa vez: "A continuidade é para os covardes".)

A Lucasfilm e a Disney decidiram que a história de "Rebels" antecederia um pouquinho a do primeiro filme "Star Wars". O Império Galáctico está consolidando seu domínio sobre os planetas do Outer Rim, incluindo Lothal, onde um menino de rua, Ezra, se une aos ocupantes rebeldes da nave Fantasma: Kanan, sobrevivente Jedi que vive na clandestinidade; Zeb, guarda roxo e fortão; Sabine, versão feminina do mercenário Boba Fett, dos filmes, e Hera, exímia piloto e figura maternal.

Chopper, andróide velho e rabugento, que lembra o R2-D2, rouba as cenas quando entra desajeitadamente para salvar a situação. Em uma cena no início da série, ele bate a cabeça num obstáculo. "Queremos que esses pequenos detalhes fiquem perfeitos", comentou David Acord, outro editor supervisor da Lucasfilm. "A batida deve soar metálica? Ou deve ter um som mais bobinho, como o de uma frigideira batendo no fogão?" (Opção escolhida: frigideira.)

Embora a Disney e a Lucasfilm esperem que adultos assistam a "Rebels", o público alvo do seriado é o infanto-juvenil. A Disney espera que "Rebels" coloque a Disney XD no mapa. O canal, voltado para meninos dos 6 aos 14 anos, ainda não teve um sucesso comercial definitivo.

"Conversamos longamente com a Lucasfilm sobre a possibilidade de incluir mais comédia", Marsh contou. "É o elemento cômico que vai fazer 'Rebels' ser inovador." Palavras como essas deixam alguns fãs tensos.

"É uma coisa de amor e ódio", disse Tyler Blevins, 22, fã inveterado de "Star Wars" que estava na Comic-Con International em julho. "Gostamos da Disney. Mas ainda não sabemos ao certo se ela gosta de nós, os fãs."

A boa notícia: embora ainda haja vozes do contra, as reações iniciais dos blogueiros têm sido sobretudo positivas.

"Quero que todos os fãs de 'Star Wars' saibam que a grandeza está chegando", escreveu Jason Ward, editor do blog MakingStarWars, depois de ver imagens de "Rebels" na Comic-Con. "Acertaram em cheio. A primeira aventura da Disney com 'Star Wars' é um sucesso."


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