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Batom de grife: uma nova moda

Por BEE-SHYUAN CHANG

Kathleen Mukamal, uma dona de casa que mora em Miami, esperava na fila no porão da Bergdorf Goodman em Manhattan para conhecer Tom Ford, o estilistas que lançou uma linha de cosméticos lá.

"O vermelho dele é o perfeito", disse Mukamal, 53, sobre o tom especial do batom que ela desejava. Mukamal (mãe de Andrew Mukamal, um estilista que participou do programa de TV "Kell on Earth"), escolheu um tubo de Scarlet Rouge em um estojo dourado e branco. O preço, sem impostos, US$ 48.

Há dez anos, Leonard Lauder, então presidente da Estée Lauder, sócia da Tom Ford Beauty, disse que em uma recessão as mulheres compram cosméticos. Ele disse ao "Wall Street Journal" que "quando as vendas de batons aumentam, as pessoas não querem comprar vestidos".

Hoje, elas podem achar até vestidos mais baratos. O La Prairie Cellular Lip Color x custa US$ 55, e Clé de Peau Beauté, uma linha japonesa da Shiseido, está vendendo o batom Extra Rich por US$ 60.

"Por definição somos uma marca de cuidados com a pele, por isso toda a nossa maquiagem tem nossa tecnologia de tratamentos da pele", disse Gisela Ballard, diretora de marketing da Clé de Peau Beauté nos Estados Unidos, explicando o preço mais alto. "Ele elimina as rugas verticais."

Ford foi um pouco mais vago sobre os poderes de seu batom caro. "Eu queria uma cor realmente maravilhosa, rica e ela foi inspirada por uma espécie de clima hedonista anos 70 com anos 20", ele declarou após sua aparição na loja.

Mas as filas de clientes para conhecê-lo não estavam apenas atrás da cor ou de uma era particular. Poonam Billing, 24, foi receber os cosméticos Ford no valor de US$ 300 que ela havia encomendado on-line. "O preço é obviamente exorbitante", disse ela. "Eu gosto muito de cosméticos, mas é porque sou uma grande fã dele. Realmente tem a ver com comprar quem ele é como pessoa."

Em uma era em que a maquiagem é muitas vezes encomendada on-line, o preço e o luxo de um batom premium podem incluir atenção pessoal e, às vezes, um pouco de teatro.

Na Bergdorf, Ford havia criado um ambiente que mais parecia um show exclusivo do que uma loja de departamentos da alta sociedade. Cordas de veludo cercavam o palco. As compradoras ajeitavam o cabelo antes de se aproximar do estilista para ele autografar suas compras.

O "índice batom", que Lauder propôs em 2001 afirmando que as vendas do produto aumentavam nas recessões, desde então foi desacreditado, mas Karen Grant, analista sênior da indústria de beleza e vice-presidente da companhia de pesquisa de mercado NDP Group, disse que os cosméticos de luxo têm se saído bem.

Segundo o NDP Group, as vendas de produtos de beleza de prestígio nos Estados Unidos, isto é, nas lojas de departamentos, geraram US$ 2,5 bilhões, de janeiro de 2011 a setembro de 2011, um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2010.

"A faixa mais alta de maquiagem e perfumes está entre as partes de maior crescimento do mercado", disse Grant. "Nós os chamamos de 'luxos pragmáticos'. As mulheres estão comprando menos produtos, mas gastando mais em cada um. Elas fazem opções significativas que são importantes e as fazem sentir-se bem."

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