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Análise

Os 5 pontos-chaves na campanha nos EUA

Por JEFF ZELENY e JIM RUTENBERG

WASHINGTON - O presidente Barack Obama e seu rival Mitt Romney concordam numa coisa: em quais Estados será decidida a eleição de 6 de novembro.

Os anúncios de TV de ambos os partidos estão tomando a programação na Flórida, na Virgínia e em outros seis Estados, de Nevada a New Hampshire.

Passadas as convenções democratas e republicanas e com a disputa virtualmente empatada, a batalha para determinar se Obama será reeleito ou se Romney irá se tornar o 45° presidente dos EUA está em aberto.

A seguir, algumas coisas a observar nos próximos dias:

Estados em disputa

Um Estado que os republicanos pretendiam conquistar parece definitivamente perdido -a Pensilvânia, que votou nos democratas nas últimas cinco eleições. Romney investiu tempo e dinheiro no Estado, mas estrategistas republicanos dizem que ele deve mesmo continuar inacessível.

Wisconsin, terra do companheiro de chapa de Romney, deputado Paul Ryan, pode ser a melhor chance de ampliação das opções dos republicanos, que não vencem ali desde 1984.

Romney esperava colocar mais Estados em território republicano seguro. A Carolina do Norte, que Obama levou em 2008, encabeça a lista, mas ainda não está garantida para a oposição.

Alguns estrategistas dizem que ganhar na Flórida continua difícil para Obama, mas a Casa Branca não desistiu e, no mínimo, vai obrigar Romney a gastar mais tempo e dinheiro lá.

Outros dizem que as pesquisas mostram Obama forte em Ohio.

A importância dos debates

Numa disputa com pouco movimento significativo entre os candidatos, os três debates assumem uma importância ainda maior.

Obama e Romney estão se preparando para confrontos nos dias 3 de outubro (Denver, Colorado), 16 de outubro (Hempstead, Nova York) e 22 de outubro (Boca Raton, Flórida).

A cada debate, milhões de americanos devem depositar seu voto, já que a votação antecipada ou pelo correio está se popularizando em muitos Estados do Oeste.

Propaganda e mensagens

Assessores e aliados de Obama sugerem uma linha de ataque -aproveitando o argumento do presidente de que Romney quer privatizar o Medicare- apontando que o próximo alvo da chapa republicana seria outro programa imensamente popular, a Seguridade Social.

Assessores de Obama estão convencidos de que o período mais crucial para a propaganda já terminou, e que eles conseguiram o que precisavam ao apresentar Romney como um capitalista voraz.

Já a equipe de Romney aposta que uma reta final de campanha mais furiosa possa desequilibrar a disputa a favor dele.

A campanha acredita que a divulgação de novos dados econômicos frustrantes dará mais força ao slogan dele ("Obama não está funcionando") e à pergunta que o candidato repete o tempo todo: "Você está melhor do que há quatro anos?".

Cédulas lotadas

Um fator que não está merecendo muita atenção: as candidaturas de terceiros partidos em muitos Estados, especialmente a do ex-governador Gary Johnson, do Novo México, pelo Partido Libertário. Johnson está na cédula em mais de 40 Estados.

Assessores dizem que Johnson tem potencial para roubar votos de Romney principalmente na Flórida, mas também no Arizona, em Nevada, em New Hampshire e na Carolina do Norte, e de Obama no Colorado, em Iowa, no Novo México, no Oregon e em Wisconsin.

O papel do dinheiro

Pela primeira vez desde o advento do financiamento público, depois do escândalo Watergate, nos anos 1970, nenhum candidato vai aceitar a verba pública proporcional à arrecadação privada, o que obriga ambos a continuarem recolhendo doações até a eleição.

Por isso, Obama e Romney precisam abrir espaço nas suas agendas para eventos de arrecadação, em lugares que não estão politicamente em disputa, mas onde há doadores ricos -começando por Nova York e Los Angeles.

Grande parte do dinheiro da campanha obamista está indo para uma sofisticada operação de identificação de eleitores e estímulo ao comparecimento às urnas, que já está totalmente operacional, enquanto Romney ainda corre para montar a sua.

"Temos uma vantagem estratégica no terreno -a capacidade de fazer nossos eleitores irem votar e de conversar com eleitores persuadíveis-, e é isso que vamos fazer", disse Jim Messina, coordenador da campanha de Obama.

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