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Ensaio - Sam Grobart

O primeiro celular: um guia para os pais

A pediatra Wendy Sue Swanson, de Seattle, sabe que um bebê de 9 meses pode fazer atos básicos de imitação -ao sorrir, piscar ou fazer algum outro gesto ou expressão facial.

"Pergunto aos pais se os seus filhos fingem falar ao celular", disse Swanson. "Quase todos eles fingem."

Tudo bem, aos 9 meses talvez seja cedo demais, mas os pais em algum momento precisam considerar se darão um celular aos seus filhos.

Swanson sugeriu que há um consenso se formando de que a faixa etária dos 11 anos aos 13 anos é um momento aceitável para isso.

Uma pesquisa recente mostrou que a maioria das crianças americanas que têm celular o ganha na época do 13° aniversário.

Mas que tipo de celular se deve comprar e o que é possível fazer para ajudar a gerenciar seu uso?

Pode parecer bastante ridículo equipar uma criança de 12 anos com um smartphone completo. Sua miríade de funções, combinada com a falta de bom senso de uma criança, são a receita para uma dor de cabeça.

Há operadoras de telefonia celular especializadas em crianças, como a Kajeet, que promete controles familiares fáceis.

Mas as grandes operadoras também oferecem aparelhos e serviços que fazem basicamente a mesma coisa.

Talvez você queira dar ao seu filho um pré-pago de grandes operadoras, ou de empresas que só trabalham com pré-pagos, como a Virgin Mobile e a Metro PCS.

Por causa do seu preço baixo, muitos aparelhos pré-pagos têm funções limitadas, e com um plano pré-pago de voz e dados existe um limite incorporado para o quanto seu filho poderá usar o celular.

Cada operadora tem uma combinação diferente de serviços e ferramentas de controle, mas, em geral, todos buscam restringir o acesso a sites e aplicativos inadequados para crianças, limitar o tempo de uso e oferecer serviços de localização.

Em média, você vai pagar uns US$ 5 adicionais por mês por esses serviços.

Se o seu filho usa um smartphone, há controles que podem ser acionados no próprio aparelho. Pais de usuários do iPhone devem olhar o menu Restrições nas Configurações.

Os aparelhos Android não têm controles parentais incorporados, mas é possível filtrar e bloquear conteúdos com aplicativos gratuitos, como o Android Parental Controls, ou de empresas de segurança, como a Norton.

Mas não há configurações e preferências que substituam o acompanhamento dos pais. "Não bata em retirada depois de ter instalado tudo", aconselhou Swanson.

Cogite estipular horários para o uso de celulares e de qualquer coisa com tela -smartphone, computador ou tablet- antes de ir dormir.

"Sabemos que olhar para uma tela antes de ir para a cama inibe um padrão de sono saudável", disse Swanson.

"E também sabemos que ter uma boa noite de sono tem relação direta com a capacidade de atenção e um bom desempenho em sala de aula."

Tirar as crianças da frente da tela inclui também tirar celulares e afins dos seus quartos à noite. Mantenha o carregador na cozinha, não no quarto do seu filho.

Se você pensar em como adultos ficam viciados em seus celulares, imagine como pode ser poderosa essa urgência para uma criança ou adolescente.

Estudos neurológicos mostram que os cérebros de crianças e adolescentes ainda não estão desenvolvidos para sempre exercerem o comedimento.

"Queremos as mais ricas experiências do mundo para os nossos filhos", disse Swanson.

"E parte disso decorre da incrível tecnologia à qual temos acesso hoje, e parte disso deve-se também a desligármos a mesma."

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