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New York Times

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Câmera GoPro revoluciona mercado fotográfico

POR NICK BILTON

No último século, houve dois marcos na fotografia narcisista. O primeiro foi a invenção do timer automático, que a Kodak começou a vender durante a Primeira Guerra Mundial. O segundo aconteceu alguns anos atrás, com as câmeras em celulares, quando adolescentes ficavam diante de espelhos tirando fotos de si mesmos e depois compartilhavam essas imagens na internet.

A câmera do celular é perfeita para a era das redes sociais. Mas mesmo os smartphones têm uma limitação: alguém precisa segurá-los. Isso não acontece com uma câmera minúscula e de altíssima resolução que decolou para a estratosfera, figurativamente e literalmente, nos últimos anos.

A câmera GoPro, que custa entre US$ 200 e US$ 400, testemunhou o mergulho de 39 quilômetros no ar de Felix Baumgartner. Além disso, ela já foi fixada a jatos que viajavam à velocidade Mach 5 e a pranchas de surfe que enfrentavam ondas de 30 metros.

A GoPro vendeu 3 milhões de câmeras em três anos. A empresa de pesquisas de mercado IDC disse que isso faz dela a câmera de vídeo mais comprada nos EUA.

Em outubro, a empresa, que começou há dez anos com uma câmera descartável que era presa aos pulsos de surfistas, lançou a Hero3 em clima de celebração.

Como isso aconteceu? Nick Woodman, 37, fundador da empresa, criou a primeira GoPro rudimentar quando foi à Indonésia para surfar. Ele queria fazer fotos de um amigo na água. Mas, só quando virou a câmera ao contrário para fazer fotos dele mesmo, foi que viu o potencial da câmera.

"A grande sacada aconteceu em 2007, quando percebemos que a maior oportunidade não se resumia a fabricar câmeras que fotógrafos podiam prender ao próprio corpo", contou Woodman. "Era fazer câmeras que as pessoas pudessem prender ao próprio corpo para se fotografarem."

Nessa mesma época, o Google tinha acabado de comprar o YouTube e sites como o Twitter e o Facebook chegavam ao grande público.

Woodman começou a vender suportes que permitiam que a GoPro fosse acoplada a qualquer coisa: pranchas de surfe, bicicletas, capacetes, arreios corporais e gatos -qualquer coisa mesmo.

O que aconteceu a seguir foi espantoso: as pessoas começaram a desenvolver um relacionamento afetivo com a GoPro. "Os clientes nos davam crédito em seus vídeos e fotos", conta Woodman.

Uma busca por "GoPro" feita no YouTube rende mais de meio milhão de vídeos. Milhões de fotos e vídeos lotam as redes sociais, todas assinaladas com o nome da câmera, do mesmo modo como as pessoas assinalam seus amigos.

A câmara está atraindo não apenas os entusiastas dos esportes radicais, mas também as pessoas sedentárias que gostam de assistir a vídeos feitos com a GoPro.

As grandes empresas estão tentando passar à frente da GoPro, mas é possível que tenham chegado com um atraso de dez anos.

"Nos últimos 50 anos, empresas como Nikon e Canon investiram na precisão, que tem seus benefícios, mas também suas limitações", comentou o fotógrafo Chase Jarvis. "A GoPro é incrivelmente incômoda para esses fabricantes de câmeras de grande nome, e garanto a você que as festas de lançamento de produtos deles têm um clima diferente. A GoPro faz parte de uma outra cultura."


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