São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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negócios verdes

Lâmpada melhor vale US$ 10 mi nos EUA

Por ERIC A. TAUB
e LEORA BROYDO VESTEL

A onipresente e altamente ineficiente lâmpada de 60 watts está precisando de uma reforma urgente. E essa reforma pode valer milhões de dólares em prêmios do governo americano -e mais ainda em contratos com o governo- para a primeira empresa que descobrir como fazê-la.
Neste momento, parece que essa empresa pode ser a holandesa Philips. A empresa anunciou em setembro que inscreveu a primeira candidata ao Prêmio L, um concurso promovido pelo Departamento de Energia dos EUA, que vai entregar até US$ 10 milhões à primeira pessoa ou ao primeiro grupo a criar uma nova versão mais econômica em energia do tipo de lâmpada mais usado no país.
Se o que afirma sobre seu produto for confirmado, a Philips, sendo a primeira a ter apresentado um projeto, vai levar o prêmio. Os testes da nova lâmpada da Philips levarão quase um ano para ser concluídos. O Departamento de Energia vai submeter a novidade a avaliações independentes.
Os US$ 10 milhões do prêmio quase não vêm ao caso. O mais importante é que o vencedor do concurso será levado em conta em contratos de compras federais potencialmente lucrativos, sem falar em ganhar a dianteira no ingresso em um enorme mercado de consumo. O Prêmio L vem atraindo atenção na indústria de iluminação porque as lâmpadas incandescentes de 60 watts representam 50% de toda a iluminação nos EUA, tanto que 425 milhões de unidades são vendidos por ano. O Departamento de Energia diz que, se todas essas lâmpadas fossem equivalentes a LED, a energia poupada seria suficiente para iluminar 17,4 milhões de residências americanas e reduzir as emissões de carbono em 5,6 milhões de toneladas por ano.
Durante décadas, as lâmpadas incandescentes continuaram a guardar forte semelhança com as criações de Thomas Edison, mas os novos padrões energéticos do governo americano, que entrarão em vigor em 2012 -e que, na prática, vão banir a lâmpada incandescente atual-, inauguraram um período de inovação na indústria da iluminação.
A União Europeia também está tomando medidas para substituir as lâmpadas incandescentes por outras, mais eficientes no uso de energia. Uma das primeiras tentativas de elevar a eficiência resultou na hoje criticada lâmpada compacta fluorescente, mas esforços vêm sendo feitos também para modificar a tecnologia incandescente e adequá-la ao novo padrão. Hoje já existem lâmpadas LED disponíveis nas lojas, mas seus modelos têm produção limitada e preços altos.
A meta da indústria é algo que reproduza fielmente a luz gerada por uma lâmpada incandescente, mas usando fonte de energia eficiente e barata. A Philips já entregou 2.000 protótipos de sua nova lâmpada ao Departamento de Energia, para testes.
A empresa diz que as lâmpadas atendem aos critérios do concurso, que especifica uma lâmpada que reproduza a quantidade e cor da luz produzida por uma lâmpada incandescente de 60 watts, mas consuma apenas dez watts de energia. Também é preciso que a lâmpada dure mais de 25 mil horas -ou seja, cerca de 25 vezes o tempo de vida da lâmpada padrão.
Num primeiro momento, o Departamento de Energia não fixou padrões para as lâmpadas fluorescentes compactas, e produtos ruins inundaram o mercado: a luz gerada pelas lâmpadas era fria e desagradável, seu tempo de vida era menor do que o alegado, elas não funcionavam em ambientes frios e continham mercúrio, um poluente.
O Departamento espera que, pelo fato de critérios rígidos terem sido definidos para o Prêmio L, as lâmpadas LED possam evitar tudo isso. "Já eliminamos quase 25 produtos que eram horríveis", disse James R. Brodrick, gerente do Departamento de Energia.
"Hoje testamos lâmpadas LED cuja embalagem afirma que equivalem a 40 watts, mas que na realidade parecem lâmpadas de 20 watts." Ele acrescentou: "Esta lâmpada será publicamente testada mais que qualquer outra na história".


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