São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Lente

Comida saudável na moda

Contra a obesidade, aprendendo a trocar gordura por grãos

Críticos da guerra contra os maus hábitos alimentares frequentemente a ironizam, dizendo que é uma brincadeira para pessoas ricas e Michelle Obama. Seria difícil contestar os benefícios de uma dieta saudável, mas algumas pessoas "do contra" vêem os esforços para incentivar a alimentação saudável como sendo uma violação de direitos pessoais.
Ninguém está revogando a liberdade de consumir alimentos gordurosos. Mas, com as cinturas crescendo em todo o mundo e os casos de diabetes e doenças cardíacas aumentando, a busca por hábitos alimentares melhores transcende divisões socioeconômicas ou de classe.
A difusão da obesidade pode ser atribuída em parte à proliferação da comida de estilo americano. Em muitos lugares do mundo, as dietas antes ricas em frutas, verduras e grãos hoje incluem hambúrgueres e fritas. Michelle Obama, que vem lutando contra dificuldades grandes para tentar fazer com que verduras entrem na moda nos Estados Unidos, quer estender sua campanha pela alimentação mais saudável para fora das fronteiras do país.
A obesidade "está se tornando um problema internacional", disse Obama este ano, anunciando seus planos para difundir globalmente sua mensagem sobre a importância da boa alimentação e dos exercícios físicos.
Enquanto isso, várias iniciativas visam mudar o modo como os americanos se alimentam.
Um programa novo chamado FoodCorps busca melhorar a qualidade da alimentação infantil. Os participantes do programa são enviados para comunidades onde a obesidade infantil é comum. Os voluntários deste ano estão trabalhando em dez Estados, promovendo a nutrição e lutando por melhores opções alimentares nas escolas.
"Eu ficaria ainda mais feliz se houvesse 50 membros do FoodCorps em cada Estado", escreveu Mark Bittman no NYT.
Os jovens não são os únicos que podem começar a ver mais folhas verdes em seus pratos. No delta do Mississippi, líderes religiosos incentivam os fiéis a resistir a algumas tradições sulinas, que muitas vezes incluem frango frito e macarrão com queijo e creme.
De acordo com a Fundação Kaiser Família, o Mississippi tem uma porcentagem de crianças obesas maior que qualquer outro Estado americano e é o segundo colocado do país em termos de adultos diabéticos. Para combater essas estatísticas preocupantes, as igrejas agora oferecem frutas e legumes aos fiéis.
A ideia é que instituições comunitárias atuem como catalisadoras de transformações.
"Não estou dizendo que isso precise ser feito pela igreja", disse o pastor Kevin Wiley, do Mississippi. "Mas precisa ser feito por gente da comunidade."
Mas as iguarias tradicionais podem não ser as principais culpadas pela obesidade na geração jovem do Mississippi. Johnnie Carter, que promove hábitos alimentares melhores em sua igreja, disse ao NYT que os restaurantes de fast food podem ser uma grande atração para os jovens. Afinal, eles servem comida barata e conveniente.
Mas isso não significa que preparar as refeições em casa seja um hábito fadado a acabar. Algumas pessoas estão descobrindo que comida barata também pode ser saudável e feita em casa.
E melhor ainda que comida preparada em casa é comida cultivada em casa. Uma influência positiva dos problemas na economia vem sendo que mais americanos vêm cultivando seus próprios legumes. Ao mesmo tempo em que poupam dinheiro, eles consomem vegetais mais frescos.

LYNDSEY LEWIS

Envie comentários para nytweekly@nytimes.com.


Texto Anterior: Biotecnologia: Remédios genéricos podem revolucionar o mundo
Próximo Texto: Tendências Mundias
Inteligência/Roger Cohen: Um conflito marcado pela cegueira

Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.