São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2010

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VIAGENS DE NEGÓCIOS

'Expatriados' dão dicas dos seus países

Dicas de concidadãos em lugares desconhecidos

Por MICHAEL T. LUONGO
A maioria dos sites de turismo na web oferece informação suficiente para que as pessoas façam uma boa viagem de lazer. Mas os viajantes de negócios, muitas vezes, têm necessidades diferentes. Por isso, alguns deles estão utilizando associações de estudantes estrangeiros e de "expatriados" [pessoas que vivem e trabalham em países que não são os seus] para fazer conexões pessoais com base na língua, cultura e experiências comuns.
Amanda Vega, 35, que dirige a firma de mídia social e relações-públicas Amanda Vega Consulting, disse que conselhos de expatriados a ajudaram a expandir sua "zona de conforto", em vez de "fazer a opção mais segura e se hospedar no Four Seasons ou no Ritz".
Integrante do grupo de negócios Entrepreneurs Organization, ela pediu conselhos na Itália e na Espanha a sócios estrangeiros sobre "hotéis que não sejam muito turísticos e preencham minhas necessidades". As recomendações, segundo ela, "levaram não apenas a algo mais acessível e me deram todas as amenidades de que eu precisava, como me colocaram no centro das coisas, e fiz novos contatos".
Cathy Moore, 49, de Bloomington, Indiana, cria programas de treinamento para empresas baseados na web. Ela disse que é "o tipo de pessoa que pode trabalhar em qualquer lugar do mundo", desde que tenha uma boa conexão com a internet para falar com os clientes por meio do Skype.
"Eu uso sites de expatriados para descobrir sobre acesso à internet, bairros onde ficar, exigências de visto e eventos sociais de expatriados", disse.
Depois de conversar com membros do Yolisto.com, um site de expatriados no México, ela escolheu Mérida em vez de Guadalajara como base de operações na América Latina. Ela havia descartado a Bolívia depois de conversar com um expatriado no Uruguai que conheceu através do site Sociedad Southron.
"As resenhas de hotéis no TripAdvisor e sites de turismo semelhantes são ligeiramente úteis", disse. "Os sites de expatriados me dizem mais."
Grupos de expatriados também funcionam para viajantes nos Estados Unidos. Trevor Doerksen, 40, é executivo chefe da MoboVivo, uma empresa de Alberta (Canadá) que ajuda comunicadores a colocar programas em diversas plataformas eletrônicas. Visando expandir-se nos Estados Unidos, ele contatou o grupo de expatriados canadenses C100, no Vale do Silício na Califórnia.
Os eventos do grupo lhe permitiram conhecer "colombianos, alemães, iranianos e russos, reunidos para oferecer negócios a investidores locais". Ele chamou suas visitas de "um incrível sucesso", que levaram à abertura de um escritório no Vale do Silício.
Reuben Metcalfe, um neozelandês de 23 anos, iniciou a empresa Free Procurement no ano passado e foi o vencedor em seu país do prêmio Jovens Empresários do Ano 2010.
Em janeiro, ele visitou Nova York para receber o prêmio e disse que pensou: "Como vou aproveitar essa oportunidade ao máximo absoluto?"
Contatou a Câmara de Comércio dos Estados Unidos na Nova Zelândia e o departamento de comércio de seu país. Eles o colocaram em contato com Geoff Andrews, gerente regional para a América do Norte da Kea, uma aliança de expatriados da Nova Zelândia. Andrews, 65, que está sediado em Nova York, disse que a Nova Zelândia tem uma população extremamente alta de expatriados, com 750 mil cidadãos vivendo no exterior de uma população de 4 milhões.
Metcalfe disse que Andrews "foi realmente útil". Ele se reuniu com neozelandeses que trabalham para grandes empresas em Nova York. "É útil falar com pessoas que vêm de onde você vem e aprender com seus erros", disse.
Redes de estudantes estrangeiros podem oferecer uma apresentação semelhante, mas parecem pouco utilizadas. Margaret J. Young, 54, executiva-chefe da firma de marketing Mill Square Group e ex-aluna da faculdade de economia de Harvard, disse que sua empresa está desenvolvendo plataformas baseadas na web para grupos de estudantes universitários melhorarem as redes de negócios, a maioria dos quais geralmente hoje é "de um a um e informal", disse.
Mas há exceções. Roman S. Ponos, que recebeu um mestrado da Escola Thunderbird de Administração Global em Glendale, Arizona, disse que contou com conselhos de ex-alunos em diversos casos. Ponos, 42, é vice-presidente da Carana, uma corporação de desenvolvimento econômico.
Baseado em Jerusalém, ele visitou mais de 20 países a negócios. Disse que quando viajava procurava o site dos ex-alunos de sua escola para "ver quem nasceu lá ou trabalhou lá, e devido à natureza da escola eu sempre encontrava alguém".
Alex Fogel, 54, baseado em Atlanta, Geórgia, disse que seu colégio em Anaheim, Califórnia, foi muito útil em suas viagens.
Usando o Facebook e o LinkedIn, ele disse que certa vez encontrou uma ex-aluna em uma pequena cidade de Washington e lhe pediu conselhos "sobre lugares para ficar e conhecer".


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