São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010

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Educação em chinês cresce nos EUA

Por SAM DILLON

WASHINGTON - Milhares de escolas públicas dos EUA pararam de ensinar línguas estrangeiras na última década, segundo pesquisa financiada pelo governo americano -triste notícia para um país que precisa de mais linguistas para conduzir negócios globais e sua diplomacia.
Mas outra tendência contrária deixa educadores e políticos entusiasmados: uma corrida das escolas em todos os EUA para oferecer aulas em chinês.
Algumas pagam as aulas de chinês por conta própria, mas centenas estão recebendo ajuda. O governo chinês envia professores para escolas do mundo todo -e paga parte de seus salários. Em uma época de orçamentos apertados, muitas escolas americanas acham essa oferta boa demais para recusar.
Em Massillon, Ohio, a Jackson High School iniciou seu programa em chinês em meados de 2007 com 20 alunos e hoje tem 80, disse Parthena Draggett, que dirige o departamento de línguas estrangeiras da Jackson. "Conseguimos um professor de chinês grátis", ela disse. "Eu gostaria de iniciar um programa de espanhol para crianças do curso elementar, mas não conseguimos um professor gratuitamente."
(O professor de chinês da Jackson não é de fato grátis; o governo chinês paga parte de seu salário, e o município, o restante.)
Ninguém fez a conta exata, mas cálculos aproximados com base na pesquisa do governo sugerem que talvez 1.600 escolas públicas e privadas americanas ensinem chinês, contra aproximadamente 300 uma década atrás.
Entre as cerca de 27.500 escolas dos EUA que oferecem pelo menos uma língua estrangeira, a proporção das que têm chinês cresceu de 1% para 4% de 1997 a 2008, segundo o estudo, feito pelo Centro de Linguística Aplicada, um grupo de pesquisa de Washington, e pago pelo Departamento de Educação.
Os EUA já tiveram um crescimento do estudo de línguas estrangeiras, que depois declinou. Muitas escolas começaram a ensinar japonês na década de 1980, quando o Japão se destacou como um rival econômico. Mas milhares abandonaram o estudo, segundo a pesquisa.
A escola pública independente Yu Ying, em Washington, onde todas as classes de 200 alunos, do jardim da infância ao segundo grau, são dadas em chinês e inglês em dias alternados, não começou com um professor convidado quando abriu, em 2008.
"Isso é ótimo para muitas escolas, mas queremos que nossos professores fiquem", disse a diretora-executiva da escola, Mary Shaffner.
A Yu Ying recrutou cinco chineses que moravam nos EUA. Uma é Wang Jue, que emigrou para o país em 2001 e se formou na Universidade de Maryland. Depois de apenas quatro meses, seus alunos do maternal já sabem dizer frases como "eu quero almoçar" e "estou bravo" em chinês, disse Wang.


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