São Paulo, segunda-feira, 09 de agosto de 2010

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Para leitores digitais, futuro é flexível em design e conteúdo

Por NICK BILTON
O primeiro Kindle, da Amazon, custava US$ 400, e sua tela exibia apenas quatro tons de cinza.
Hoje, os leitores digitais são muito mais baratos e vêm com telas e espaço de armazenagem significativamente melhores. Mas as coisas estão apenas começando -como a guerra de preços que surgiu em junho entre a Amazon e a Barnes & Noble, que fez o preço de seus leitores cair para apenas US$ 139. Esses e-readers também enfrentam desafios de outros dispositivos que podem exibir livros, jornais e revistas, incluindo os celulares e os novos computadores "tablet", como o iPad.
A Apple diz que vendeu 3,3 milhões de iPads desde seu lançamento, em abril.
"O livro de papel morreu", disse o visionário digital Nicholas Negroponte.
Então, qual é o próximo passo para esses substitutos digitais dos livros? Especialistas dizem que os e-readers deverão assumir novas formas e tamanhos e que seus preços continuarão caindo.
Negroponte dirige um grupo sem fins lucrativos que pretende colocar computadores baratos nas mãos de milhões de crianças pobres em todo o mundo. Seus esforços ajudaram a promover o desenvolvimento comercial do netbook, o laptop pequeno e barato que ganhou popularidade nos últimos anos.
Ele concordou que o preço dos e-readers eventualmente chegará a US$ 50 e talvez até US$ 20.
O grupo dirigido por Negroponte, One Laptop Per Child, desenvolveu um computador-prancheta que deverá ser lançado em 2012 e custará menos de US$ 100. Plástico e inquebrável, o computador será parecido com o iPad e "usará tão pouca energia que bastará balançá-lo ou dar corda para carregá-lo", ele disse.
Alguns desenvolvedores de computadores imaginam "tablets" tão flexíveis que será possível literalmente enrolá-los e guardá-los no bolso ou na mochila.
O Centro de Visores Flexíveis da Universidade Estadual do Arizona está trabalhando com o Exército dos EUA para construir telas e dispositivos flexíveis e inquebráveis para serem usados no campo de batalha.
"Visores dobráveis apresentam outros desafios de engenharia a serem solucionados, além de fazer as telas dobrarem", disse Nick Colaneri, diretor do centro de visores flexíveis. "Mas não me surpreenderia ver alguns surgirem no mercado em designs inovadores nos próximos três a cinco anos."
Clive Thompson, escritor de ciência e tecnologia e colunista da revista "Wired", disse que, se "as editoras forem inteligentes -e os leitores, sortudos", o conteúdo dos livros eletrônicos será mais aberto e colaborativo.
"Você poderá cortar, colar e trocar seus trechos favoritos, usando-os da mesma maneira promíscua que hoje usamos texto e vídeo on-line para discutir, pensar ou expressar o que sentimos", disse Thompson.
Em outras palavras, os e-books serão experiências sociais, com compartilhamento entre leitores e até a capacidade de ver os trechos mais populares, enquanto outros leitores destacam e comentam em tempo real.
"Os livros eletrônicos vão exibir a vida social e informática deles", disse Thompson.


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