São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

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Velho e novo se unem em DJs adolescentes

Por PIOTR ORLOV

A casa noturna Cielo, numa noite de outubro, foi palco de uma cena rara em clubes de Manhattan. Enquanto os dois DJs, os Martinez Brothers, mexiam suas cabeças cobertas com bonés de beisebol ao ritmo de house e tecno, seu pai, Steve Martinez, montava guarda ao lado da cabine. Os irmãos -Christian, 17, e Stevie Jr., 20- são a atração principal de discotecas. Pela manhã, porém, o pai deles vai garantir que Christian não falte à escola em Monroe, Nova York, onde a família vive.
Os Martinez Brothers, frequentemente descritos simplesmente como TMB, fazem uma ponte entre gêneros e gerações diferentes com seus shows jovens, mas experientes como DJs, misturando música house americana (sucessora eletrônica emotiva da música disco) com o ultramoderno tecno preferido pelos clubbers europeus.
Os irmãos viraram a atração principal de festas em lugares como Berlim e Ibiza, na Europa. Recentemente, o duo lançou seu segundo single, "Debbie Downer", e foi capa da "Mixmag", revista britânica de dance music, dedicada a astros em ascensão.
Algumas semanas depois do show no Cielo, Stevie Jr. e Christian deram uma entrevista na sala da casa que dividem com seus pais e irmã. Fazer dance music "era natural para nós", contou Stevie. Seu pai, sentado ao lado, ouvia com atenção. No início dos anos 1980, Martinez pai, 46, era um jovem que frequentava clubes de Nova York.
No início de 2005, Martinez recorreu a seus conhecidos no mundo dos clubes e produziu três festas em lofts da cidade para apresentar Stevie e Christian à velha guarda do cenário da dance music em Nova York.
Enquanto isso, Christian usava o MySpace para aproximar-se de seus DJs e produtores favoritos, incluindo o veterano da dance music nova-iorquina Dennis Ferrer. Christian enviou a ele links para os shows do TMB, e Ferrer ofereceu a ele e seu irmão o horário das 4h (o horário nobre dos clubes) no prestigioso clube nova-iorquino Shelter.
Cinco canções depois de iniciado seu show, disse Christian, as pessoas abandonaram a pista de um DJ mais popular, no andar de cima, e correram para onde eles estavam se apresentando.
Ferrer comentou que, "sem a injeção de juventude, estaríamos tocando para as mesmas pessoas de sempre. Não que haja algo de errado nisso, mas, se seu público não cresce, ele estagna". Acrescentou: "A moçada do hip-hop está sedenta. Ela quer algo novo. O que ela vê é ‘temos alguém de nossa idade que podemos admirar’".


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